domingo, 5 de agosto de 2012

Acordo interno no partido, novas costuras políticas e chance reduzida de se eleger, entre outras razões, levaram 907 candidatos a desistir em MG

Acordo interno no partido, novas costuras políticas e chance reduzida de se eleger, entre outras razões, levaram 907 candidatos a desistir em MG

Daniel Camargos -
Publicação: 04/08/2012 07:56Atualização:
Construir uma candidatura não é fácil. Até conseguir disputar um cargo, o candidato precisa de um partido, de ser “ficha-limpa” e trabalhar a base. Mas 907 candidatos, antes mesmo de começar a campanha, desistiram depois de se registrar na Justiça Eleitoral para disputar vaga de vereador. O número é muito maior do que os cancelamentos na eleição de 2008, quando 87 mudaram de ideia. Os motivos são variados: desde acordo interno no partido, passando por costuras políticas até a percepção posterior de muitos de que não teriam chance de vitória.

No ano passado, o presidente da Força Sindical em Minas Gerais, Rogério Fernandes, aderiu ao PSDB e era apontado como provável candidato a vereador. Ele chegou a registrar a candidatura, mas a aliança em torno do nome de Marcio Lacerda (PSB) fez água, os petistas lançaram candidatura e os tucanos continuaram com o socialista. “A campanha de Marcio é mais importante do que a minha”, avalia Fernandes, que virou coordenador da campanha junto aos sindicalistas.

Depois do rompimento com o PT, conquistar o apoio de sindicalistas passou a ser prioridade da campanha de Lacerda. “Fiz um gesto de solidariedade e desprendimento. BH precisa de emprego de qualidade”, afirma Fernandes, revelando um dos seus objetivos. Uma das propostas é a criação de uma Secretaria do Trabalho, para a qual ele se postula como provável secretário em caso de vitória de Lacerda. A Força Sindical congrega 1,8 milhão de trabalhadores em 253 sindicatos no estado.

Outro arregimentado para a campanha de Lacerda e que desistiu foi Marco Cavalcante, que era candidato pelo PT, mas pediu até a desfiliação do partido. “Preferi sair do partido e assumir a coordenação de Vilas e Favelas da campanha do Marcio”, afirma. Ele já pediu a filiação ao PSB.

No PDT, quatro candidatos desistiram depois do registro. A explicação é do presidente municipal da legenda, deputado estadual Sargento Rodrigues: “Os partidos têm dificuldade de preencher a cota das mulheres. Mandamos o nome de 47 homens, que conseguimos primeiro. Mas depois reunimos as nove mulheres e foi preciso cortar quatro”.

De acordo com ele, a orientação para exclusão de quatro nomes foi do juiz eleitoral. A decisão de quem deveria renunciar foi do partido. “Fizemos avaliação para decidir”, explica. A percepção foi possível com entrevistas com os candidatos, quando foi possível perceber quem tinha mais capacidade.

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