40ª Campanha de popularização do Teatro e da Dança reúne mais de 140 peças
A partir desta sexta-feira, palcos de Belo Horizonte receberão 47 estreias até o início de março
Ailton Magioli - EM CulturaPublicação:03/01/2014 09:30Atualização: 03/01/2014 09:10
Menino ainda, em Cláudio, região central mineira, o dramaturgo, diretor e produtor Marco Amaral sequer pensava na arte da representação quando a Campanha de Popularização do Teatro e da Dança estreou, em 1974, em Belo Horizonte. Aos 42 anos – dois a mais que o evento –, ele é um dos campeões de público da temporada, marcando presença na 40ª edição, que começa hoje, com três espetáculos.
“Desde que o mundo é mundo, sempre fomos pivô de críticas”, defende-se o adepto assumido da comédia, que marca presença com o sucesso 'Meu tio é tia' (como autor e diretor), em cartaz há uma década, além de 'A loja' (autor e diretor) e 'A maré' (diretor). Mais uma vez, a comédia predomina na programação, que também conta com drama, musical, farsa e outros gêneros.
“Uma grande ideia” é o tema da principal atração cultural da capital de hoje a 2 de março, em mais de 40 espaços. A 40ª Campanha de Popularização do Teatro e da Dança chegará também a Ipatinga (Vale do Aço), Juiz de Fora (Zona da Mata), Araxá (Triângulo Mineiro) e Nova Lima (Grande BH), com chances de se estender, ainda, a Itabirito (Região Central), em fevereiro.
Nesta edição, segundo o Sindicato de Produtores de Artes Cênicas de Minas Gerais (Sinparc-MG), 141 espetáculos estão na agenda do evento, 47 estreias. A expectativa da entidade é de que 440 mil pessoas passem pelos teatros da capital neste período, atraídas principalmente pelos preços baixos dos ingressos, que variam de R$ 5 a R$ 12, nos postos de venda autorizados (nas bilheterias há acréscimos).
Dificuldades
“Começamos como cópia da campanha Vá ao Teatro, do Rio, na baixa temporada. Mas o evento foicrescendo de tal forma que se transformou na grande temporada do teatro mineiro”, avalia Rômulo Duque, presidente do Sinparc MG. Nas comemorações dos 40 anos da campanha, ele aproveita para fazer reflexão em torno de ações concretas visando à retomada da alta temporada teatral da cidade, que, segundo afirma, passa por sérias dificuldades.
“Atualmente, fora da campanha, o máximo que conseguimos é temporada de duas semanas, de sexta a domingo”, lamenta o produtor, lembrando que, há alguns anos, os espetáculos ficavam em cartaz até oito semanas. “O problema está no custo, teatro é atividade essencialmente artesanal, produto único, com preço caro, que não pode ser feito em alta escala”, analisa Rômulo Duque.
O diretor Marco Amaral gosta do formato da campanha, mas faz restrições. “A estrutura poderia ser modificada, afinal é a mesma fórmula há anos”, aponta, reconhecendo que a campanha leva de fato as pessoas ao teatro. “É um veículo de interação com o público”, afirma, acrescentando que mudanças poderiam levar ainda mais gente.
Balaio
Rômulo Duque acredita que, com o passar dos anos, as leis de incentivo deixaram de ser instrumento de apoio para se transformar em verdadeira “salvação de tudo e de todos”. “Inclusive do poder público e das próprias empresas, que passaram a criar fundações para se autopatrocinarem”, critica. “As leis patrocinam desde festas de aniversário do país a pintura de fachada de hospital. O que era para ser mecanismo fiscal de incentivo cultural virou um balaio só”, lamenta Duque, lembrando que em tal realidade o produtor cultural acaba competindo com a grande produção que vem do eixo Rio-São Paulo e de outros centros.
O surgimento de três novas grandes casas de espetáculo em Belo Horizonte (Sesc Palladium, Teatro Bradesco e Cine Theatro Brasil-Vallourec) é saudado com ressalvas pelo sindicalista e produtor. “Ótimo, desde que a produção local tivesse sustentação”.
Se por um lado o Grande Teatro do Sesc está em atividade há mais tempo que o Bradesco e o Cine Brasil, por outro há novos espaços (menores) no Centro Cultural do Banco do Brasil (CCBB), na Praça da Liberdade, e no Shopping Estação, em Venda Nova. É lamentável a ausência de espaços públicos na campanha deste ano. Os teatros Francisco Nunes, Marília e Clara Nunes, administrados pela Prefeitura de Belo Horizonte, estão em reforma há alguns anos. Para complicar ainda mais o quadro, o Grande Teatro do Palácio das Artes também está sendo reformado e não receberá atrações da campanha. Para compensar tantas perdas, só mesmo a presença garantida de companhias e grupos como Galpão, Espanca, Armatrux, Primeiro Ato, Quik e a volta do Giramundo, depois de cinco anos de ausência.
» A Rede Caminho das Artes se associa à campanha para dar visibilidade aos espaços de arte e à riqueza e diversidade da produção da região de Nova Lima, patrimônio e pólo cultural. Grupos de destaque no cenário como Primeiro Ato, Quik, Armatrux e Atrás do Pano se reuniram para realizar a Mostra
Caminhos das Artes.
Para fazer elogios, críticas e apresentar sugestões, o público terá acesso à Ouvidoria da campanha de popularização. Quem quiser participar deve também acessar o site do Sinparc.
Diretor e dramaturgo Marco Amaral defende mudanças na estrutura da campanha
SAIBA MAIS...
“Uma grande ideia” é o tema da principal atração cultural da capital de hoje a 2 de março, em mais de 40 espaços. A 40ª Campanha de Popularização do Teatro e da Dança chegará também a Ipatinga (Vale do Aço), Juiz de Fora (Zona da Mata), Araxá (Triângulo Mineiro) e Nova Lima (Grande BH), com chances de se estender, ainda, a Itabirito (Região Central), em fevereiro.
Nesta edição, segundo o Sindicato de Produtores de Artes Cênicas de Minas Gerais (Sinparc-MG), 141 espetáculos estão na agenda do evento, 47 estreias. A expectativa da entidade é de que 440 mil pessoas passem pelos teatros da capital neste período, atraídas principalmente pelos preços baixos dos ingressos, que variam de R$ 5 a R$ 12, nos postos de venda autorizados (nas bilheterias há acréscimos).
Dificuldades
O diretor Marco Amaral gosta do formato da campanha, mas faz restrições. “A estrutura poderia ser modificada, afinal é a mesma fórmula há anos”, aponta, reconhecendo que a campanha leva de fato as pessoas ao teatro. “É um veículo de interação com o público”, afirma, acrescentando que mudanças poderiam levar ainda mais gente.
Balaio
Em cartaz há uma década, 'Meu tio é tia' está de volta à campanha. A estreia será no dia 8, no teatro do Shopping Estação
O surgimento de três novas grandes casas de espetáculo em Belo Horizonte (Sesc Palladium, Teatro Bradesco e Cine Theatro Brasil-Vallourec) é saudado com ressalvas pelo sindicalista e produtor. “Ótimo, desde que a produção local tivesse sustentação”.
Se por um lado o Grande Teatro do Sesc está em atividade há mais tempo que o Bradesco e o Cine Brasil, por outro há novos espaços (menores) no Centro Cultural do Banco do Brasil (CCBB), na Praça da Liberdade, e no Shopping Estação, em Venda Nova. É lamentável a ausência de espaços públicos na campanha deste ano. Os teatros Francisco Nunes, Marília e Clara Nunes, administrados pela Prefeitura de Belo Horizonte, estão em reforma há alguns anos. Para complicar ainda mais o quadro, o Grande Teatro do Palácio das Artes também está sendo reformado e não receberá atrações da campanha. Para compensar tantas perdas, só mesmo a presença garantida de companhias e grupos como Galpão, Espanca, Armatrux, Primeiro Ato, Quik e a volta do Giramundo, depois de cinco anos de ausência.
ATRAÇÕES ESPECIAIS
Mostra
» A Rede Caminho das Artes se associa à campanha para dar visibilidade aos espaços de arte e à riqueza e diversidade da produção da região de Nova Lima, patrimônio e pólo cultural. Grupos de destaque no cenário como Primeiro Ato, Quik, Armatrux e Atrás do Pano se reuniram para realizar a Mostra
Caminhos das Artes.
Nas ruas
» Circularão por todas as regionais de BH12 espetáculos de rua do Grupo Oriundo.
Dança de salão
» Circularão por todas as regionais de BH12 espetáculos de rua do Grupo Oriundo.
Dança de salão
» Dias 17, 18 e 19, será realizado o 1º Encontro de Dança de Salão da América Latina, com oficinas, palestras, shows e exposição. Informações: www.espacodanca.com/edsal.
Circo
» O Circo Irmãos Simões funcionará na Funarte MG (Rua Januária, 68, Floresta). Um dos mais tradicionais do Brasil, foi fundado pelo patriarca João Simões, no fim do século 19. Informações: (31) 3213-7112.
Bar
» O Bar da Campanha, que este ano funcionará no Bar da Esquina (Rua Sergipe, 146, Funcionários), é espaço de encontro entre público, produtores e atores. Um prato especial será criado e as noites serão animadas por pocket-shows e voz e violão.
Encontros
» O projeto Rodas de conversa cria espaço para discussão da política cultural. Serão quatro encontros sempre às segundas–feiras, na Funarte MG, das 19h30 às 20h30.
Circo
» O Circo Irmãos Simões funcionará na Funarte MG (Rua Januária, 68, Floresta). Um dos mais tradicionais do Brasil, foi fundado pelo patriarca João Simões, no fim do século 19. Informações: (31) 3213-7112.
Bar
» O Bar da Campanha, que este ano funcionará no Bar da Esquina (Rua Sergipe, 146, Funcionários), é espaço de encontro entre público, produtores e atores. Um prato especial será criado e as noites serão animadas por pocket-shows e voz e violão.
Encontros
» O projeto Rodas de conversa cria espaço para discussão da política cultural. Serão quatro encontros sempre às segundas–feiras, na Funarte MG, das 19h30 às 20h30.
40ª CAMPANHA DE POPULARIZAÇÃO DO TEATRO E DA DANÇA
A partir desta sexta-feira até 2 de março, nos teatros da capital. Programação oficial no site do Sinparc MG, onde também há uma ouvidoria a serviço do público. Ingressos: R$ 5, R$ 8, R$ 10 ou R$ 12 (nos postos de venda para espetáculos adulto, infantil e de dança). Nas bilheterias dos teatros os preços seguem as regras de cada estabelecimento.
A partir desta sexta-feira até 2 de março, nos teatros da capital. Programação oficial no site do Sinparc MG, onde também há uma ouvidoria a serviço do público. Ingressos: R$ 5, R$ 8, R$ 10 ou R$ 12 (nos postos de venda para espetáculos adulto, infantil e de dança). Nas bilheterias dos teatros os preços seguem as regras de cada estabelecimento.
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