quinta-feira, 18 de março de 2010

Geração de empregos não para de bater recordes , EM , 18/03/2010.

Foram criadas 209,4 mil vagas com carteira assinada em fevereiro, maior número para o mês desde 1992. Só em Minas Gerais, foram 27,5 mil novos postos de trabalho no período
Paula Takahashi

"Fui contratada em fevereiro e vejo que a área é muito promissora" (Priscila Resende Bitencourt, supervisora de trade marketing da Ambev)
O mercado de trabalho está batendo recorde atrás de recorde na geração de novas vagas com carteira assinada e fevereiro não poderia ser diferente. O último mês foi o melhor para o período desde 1992 com a abertura de 209,4 mil postos de trabalho formais no país. O resultado é 52% maior do que a média dos melhores registros do Caged em fevereiro, que ocorreram entre 2003 e 2008. Em 2009, na mesma época, era divulgada a criação de apenas 9.179 postos de acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgado pelo Ministério do Trabalho (MTE).
Segundo colocado entre os estados que mais contribuíram para a abertura de oportunidades no país, atrás apenas de São Paulo, Minas Gerais fechou o mês com um saldo positivo de 27.503 vagas no mercado formal. Deste total, mais de 10 mil vieram da indústria de transformação puxados pelo setor de alimentos e bebidas que criou 2.173 vagas, metalurgia (2.125) e calçados (1.709).
Com o emprego garantido na Ambev, detentora das marcas Brahma e Skol, a supervisora de trade marketing Priscila Resende Bitencourt garante que o mercado está em expansão. “Fui contratada em fevereiro e vejo que a área é muito promissora”, avalia. Até o final do ano a empresa pretende abrir quase duas mil novas vagas entre empregos diretos e indiretos somente em Minas Gerais. “Vamos fazer um investimento de até R$ 2 bilhões para ampliação da capacidade em 13 estados, entre eles MG. Este aumento de capacidade está gerando um grande número de empregos, seja nas obras, nas fábricas ou no cadeia produtiva”, afirma Alexandre Loures, diretor de comunicação da Ambev.
O setor também se destacou no país com um saldo de vagas de 3.848. Segundo o ministro Carlos Lupi, o desempenho recorde de fevereiro já reflete a recuperação da indústria de transformação que deve ter "o melhor ano da história".
A expansão do mercado formal do país foi generalizada com a liderança do setor de serviços na geração de vagas (85,6 mil novos postos), seguido da indústria (63 mil) e construção civil (34,7 mil). Todos os setores e subsetores de atividade econômica expandiram o nível de emprego, sendo que três dos oito setores e 13 dos 25 subsetores apresentaram recorde. “O setor de serviços está respondendo à demanda de turismo, a indústria cresce porque precisa repor os estoques, que estão baixos, e a construção civil está sendo alavancada pelas obras do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC)”, avalia Lupi.
Saldos recordes também nas regiões Sul (49.539), Norte (11.120) e Nordeste (2.146). "Foi a primeira vez que o Nordeste apresentou resultado positivo para o mês de fevereiro, com destaque para a Bahia e o Ceará, que garantiram o resultado, mesmo com a agricultura tendo apresentado resultado negativo", explicou Lupi. Parte das vagas no setor de serviços justificada pelo período de férias e o feriado de Carnaval.
Para o analista do Ibmec, João Bonome, a tendência do mercado de trabalho é manter o crescimento. “A retomada da economia e o fato de ser um ano eleitoral levam a crer que até o último trimestre do ano as vagas criadas continuem em expansão. O que deve ser alterado um pouco é a quantidade de vagas por setor, mas o saldo positivo de 2 milhões de postos previstos pelo ministro no ano deve ser alcançado”, avalia. Lupi manteve a previsão que, se atingida representará o melhor ano da história para a criação de empregos formais.

OTIMISMO PARA MARÇO O primeiro bimestre deste ano já soma 390.844 postos de trabalho com carteira assinada, melhor resultado da série histórica para os meses de janeiro e fevereiro, superando em 66% a média dos melhores desempenhos, ocorridos entre 2003 e 2008. Se depender das expectativas do ministro do Trabalho Carlos Lupi, o primeiro trimestre deve fechar com chave de ouro. A previsão é de que este mês bata novo recorde sendo o melhor resultado da série histórica do Caged, superando o último recorde ocorrido em março de 2008, quando foi gerado o saldo líquido de 207 mil empregos com carteira assinada.
A aposta está na contratação vinda do setor de ensino e aceleração de obras na construção civil. “Os setores se preparam para começar o ano a partir de março. Todo o processo produtivo está crescendo, com consistência há alguns meses”, afirmou o ministro. (Com agências)

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