sábado, 6 de abril de 2013

Prefeitura de BH busca salvação dos fícus centenários até no exterior

Prefeitura de BH busca salvação dos fícus centenários até no exterior

Carlos Calaes - Hoje em Dia


Renato Cobucci
fícus da avenida bernardo monteiro
Árvores Bernardo Monteiro receberam um “banho” de remédio homeopático

A busca por uma solução para salvar os 200 fícus centenários existentes em Belo Horizonte já ultrapassou as fronteiras brasileiras. A Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) tenta encontrar uma pesquisa que aponte o remédio para a doença provocada pela mosca-branca (Singhiella sp.).
O apelo já foi feito a universidades e institutos de pesquisa tanto do Brasil como do exterior. Em Belo Horizonte há cerca de 12 mil fícus. Desse total, 51 estão infectados na avenida Bernardo Monteiro, 44 na avenida Barbacena, 125 no Parque Lagoa do Nado, seis na Praça da Igreja da Boa Viagem e alguns casos isolados, como um espécime na avenida Amazonas.
 
“Se houver um tratamento, uma cura para essas árvores, iremos buscar”, disse o coronel Alexandre Lucas, chefe da Defesa Civil de BH, que coordena o trabalho para tentar salvar as árvores. 
 
Técnicos de uma universidade dos Estados Unidos e outra de São Paulo já teriam demonstrado interesse em trocar experiências e ajudar a salvar os fícus da capital mineira.
 
Segundo Lucas, não há, até agora, no Brasil, casos de fícus que tenham sobrevivido após o ataque da mosca-branca. O último exemplo foi em São Paulo, quando várias árvores tiveram que ser cortadas.
 
Homeopatia
 
O coronel informou que, enquanto a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) não emite um parecer favorável ao uso do inseticida orgânico Nim, cujo resultado de testes deverá ser concluído em dez dias, os fícus passaram a receber um medicamento homeopático desenvolvido pela Fundação Zoo-Botânica de BH. [/LEAD]
 
O objetivo desse medicamento, cujo nome Alexandre Lucas não soube informar, é aumentar a resiliência (capacidade de se adaptar ou evoluir positivamente à situação difícil) dos vegetais. O produto está sendo aplicado nas árvores das avenidas Bernardo Monteiro e Barbacena.
 
Na manhã de sexta-feira (5), técnicos da Secretaria Municipal de Meio Ambiente realizaram sobrevoos na região hospitalar a bordo de um helicóptero do Instituo Estadual de Florestas (IEF). Segundo Lucas, o objetivo era observar as copas das árvores infectadas para acompanhar a evolução da infestação. Da mesma forma, foram realizados sobrevoos em outras regiões da cidade onde há fícus. 
 
O coronel Alexandre Lucas informou que tudo foi registrado por meio de fotografias e filmagem para inserção nos registros científicos a respeito da infestação.
 
Questionado sobre a utilização das armadilhas amarelas (espécie de papel pega-mosca) que serão afixadas nas árvores doentes, Lucas revelou que serão utilizadas tão logo sejam compradas. “Estamos viabilizando via compensação para o Fundo Municipal de Cultura e também via compensação ambiental”, disse.
 
Segundo o Hoje em Dia apurou, a empresa Lafarge vai arcar com as despesas. A empresa confirmou, no último dia 27 de fevereiro, que se disponibilizou para participar das iniciativas de combate à mosca-branca. 
 
Coronel nega realização de obra no lugar das árvores
 
“Não há nenhum plano diabólico para eliminar os fícus para construção de estação de metrô, BRT ou estacionamentos subterrâneos na avenida Bernardo Monteiro. Estamos tentando de tudo para salvar as árvores”. O desabafo é do coronel Alexandre Lucas, chefe da Defesa Civil de Belo Horizonte.
 
Ele nega que haja interesse da Prefeitura em utilizar o espaço onde estão as árvores doentes para futuras obras viárias. Segundo Lucas, no entanto, a poda é necessária por questões de segurança
 
Poda
 
A BHTrans informou que, de segunda a quinta-feira, será realizada a interdição da avenida Barbacena, entre as ruas Tenente Brito Melo e dos Timbiras, sentido avenida do Contorno/Amazonas, no Barro Preto, das 8h às 16h. No mesmo trecho será proibido estacionar, em qualquer horário, até a conclusão do serviço.

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