Prefeitura de BH busca salvação dos fícus centenários até no exterior
Renato Cobucci
Árvores Bernardo Monteiro receberam um “banho” de remédio homeopático
O apelo já foi feito a universidades e institutos de pesquisa tanto do
Brasil como do exterior. Em Belo Horizonte há cerca de 12 mil fícus.
Desse total, 51 estão infectados na avenida
Bernardo Monteiro, 44 na avenida Barbacena, 125 no Parque Lagoa do
Nado, seis na Praça da Igreja da Boa Viagem e alguns casos isolados,
como um espécime na avenida Amazonas.
“Se houver um tratamento, uma cura para essas árvores, iremos buscar”,
disse o coronel Alexandre Lucas, chefe da Defesa Civil de BH, que
coordena o trabalho para tentar salvar as árvores.
Técnicos de uma universidade dos Estados Unidos e outra de São Paulo já
teriam demonstrado interesse em trocar experiências e ajudar a salvar
os fícus da capital mineira.
Segundo Lucas, não há, até agora, no Brasil, casos de fícus que tenham
sobrevivido após o ataque da mosca-branca. O último exemplo foi em São
Paulo, quando várias árvores tiveram que ser cortadas.
Homeopatia
O coronel informou que, enquanto a Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (Anvisa) não emite um parecer favorável ao uso do inseticida
orgânico Nim, cujo resultado de testes deverá ser concluído em dez dias,
os fícus passaram a receber um medicamento homeopático desenvolvido
pela Fundação Zoo-Botânica de BH. [/LEAD]
O objetivo desse medicamento, cujo nome Alexandre Lucas não soube
informar, é aumentar a resiliência (capacidade de se adaptar ou evoluir
positivamente à situação difícil) dos vegetais. O produto está sendo
aplicado nas árvores das avenidas Bernardo Monteiro e Barbacena.
Na manhã de sexta-feira (5), técnicos da Secretaria Municipal de Meio
Ambiente realizaram sobrevoos na região hospitalar a bordo de um
helicóptero do Instituo Estadual de Florestas (IEF). Segundo Lucas, o
objetivo era observar as copas das árvores infectadas para acompanhar a
evolução da infestação. Da mesma forma, foram realizados sobrevoos em
outras regiões da cidade onde há fícus.
O coronel Alexandre Lucas informou que tudo foi registrado por meio de
fotografias e filmagem para inserção nos registros científicos a
respeito da infestação.
Questionado sobre a utilização das armadilhas amarelas (espécie de
papel pega-mosca) que serão afixadas nas árvores doentes, Lucas revelou
que serão utilizadas tão logo sejam compradas. “Estamos viabilizando via compensação para o Fundo Municipal de Cultura e também via compensação ambiental”, disse.
Segundo o Hoje em Dia apurou, a empresa Lafarge vai arcar com as
despesas. A empresa confirmou, no último dia 27 de fevereiro, que se
disponibilizou para participar das iniciativas de combate à
mosca-branca.
Coronel nega realização de obra no lugar das árvores
“Não há nenhum plano diabólico para eliminar os fícus para construção
de estação de metrô, BRT ou estacionamentos subterrâneos na avenida
Bernardo Monteiro. Estamos tentando de tudo para salvar as árvores”. O
desabafo é do coronel Alexandre Lucas, chefe da Defesa Civil de Belo
Horizonte.
Ele nega que haja interesse da Prefeitura em utilizar o espaço onde
estão as árvores doentes para futuras obras viárias. Segundo Lucas, no
entanto, a poda é necessária por questões de segurança.
Poda
A BHTrans informou que, de segunda a quinta-feira, será realizada a
interdição da avenida Barbacena, entre as ruas Tenente Brito Melo e dos
Timbiras, sentido avenida do Contorno/Amazonas, no Barro Preto, das 8h
às 16h. No mesmo trecho será proibido estacionar, em qualquer horário,
até a conclusão do serviço.
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