sexta-feira, 25 de julho de 2014

Novo iPhone representa grande risco para supremacia da Apple, apontam especialistas

Novo iPhone representa grande risco para supremacia da Apple, apontam especialistas

O novo modelo, que deve sair dos padrões estabelecidos pelo cofundador da companhia Steve Jobs, pode afetar diretamente as vendas de outros produtos da marca, como o iPad.

São Paulo - Diante do entusiasmo e dos boatos sobre o possível lançamento do novo iPhone em setembro, especialistas apontam que executivos e acionistas da Apple tem razão em estarem ansiosos com a chegada dos novos produtos. De acordo com eles, a gigante de tecnologia está esperando para lançar uma versão "phablet" (híbrido de smartphone e tablet) do seu principal produto, por causa do potencial impacto negativo da iniciativa sobre as vendas do iPad.

Rumores indicam que a marca lançará o novo iPhone no final de setembro. Analistas acreditam que os novos iPhones com telas de 4,7 polegadas e 5,5 polegadas - a atual tem 4 polegadas - serão lançados para concorrer com os smartphones maiores, como o Galaxy, da Samsung.

"A Apple pode adiar o lançamento do aparelho maior, mas não há como negar que os consumidores estão com uma apetite crescente por aparelhos com telas maiores", avaliou Mark Spoonauer, editor-chefe da Laptop Mag, em entrevista ao The Wall Street Journal.

A iniciativa de lançar um iPhone mais rechonchudo é contrária às premissas do falecido cofundador da Apple, Steve Jobs, que não demonstrava interesse em criar smartphones maiores. "Você não pode sustentar um aparelho maior nas mãos", argumentou Jobs, durante uma entrevista coletiva em 2010. "Ninguém vai comprar isso", afirmava o executivo, quando questionado sobre a possibilidade de lançar um iPhone maior.

Segundo a pesquisa de análise Canalys, os smartphones de 5 polegadas detêm mais de 30% de participação no mercado. No primeiro trimestre, mais de 279 milhões de smartphones foram vendidos, o que corresponde a um ganho de 29% em relação ao mesmo período do ano passado. As vendas dos smartphones maiores avançaram 369% na mesma base de comparação. 

Dentro deste contexto, porque a Apple adiaria o lançamento do novo iPhone? Para Neil Mawston, analista da Strategy Analytics, o novo aparelho - subsidiado por provedores de telefonia sem fio - faria com que os consumidores pensassem duas vezes antes de comprar um Mini iPad. "Os iPhones maiores podem estimular a demanda por aparelhos com uma dimensão maior", explicou Mawston. "A categoria tablet terá que inovar para se diferenciar dos smartphones cada vez mais descomunais", acrescentou.

Para Spoonauer, o novo iPhone também poderia prejudicar as vendas do iPad original. "O aumento de oferta de phablets determinou a desaceleração das vendas dos tablets tradicionais". Recentemente, a International Data Corporation cortou sua previsão para a venda de tablets neste ano para 245,4 milhões, de 261 milhões projetados anteriormente. Esse número representaria uma alta de 12% das vendas em relação ao mesmo período do ano passado. No ano passado, o aumento foi de 52%. Entre abril e junho, a Apple vendeu 46,3 milhões de iPads, queda de 16% frente ao segundo trimestre do ano passado.   

Por outro lado, o mercado de smartphones maiores aumentou, chegando a vender 30 milhões de aparelhos nos três primeiros meses do ano.

"Os telefones de tela grande exerceram pressão sobre as vendas e a demanda por tablets, em especial, sobre o iPad. Se a Apple lançasse um aparelho ainda maior que o previsto para setembro, os ventos contrários poderiam ser ainda mais intensos", avaliou Brian Colello, analista do grupo de pesquisas Morningstar.

Procurada pela reportagem do Infomoney, a Apple não respondeu o pedido de comentários.

IBM: a rival que virou esperança

Após décadas como concorrentes, a Apple e a IBM anunciaram um acordo para criar soluções para o mercado corporativo. Além disso, a parceria deve impulsionar as vendas de iPhones e iPads para clientes corporativos da IBM, o que pode sustentar as vendas da Apple e afastar as possibilidades de desaceleração.

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