terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

BH enfrenta a pior seca em seis anos Com precipitação pluviométrica 20% abaixo da média anual, BH e a região metropolitana enfrentam a estação quente menos chuvosa desde 2007, mas pode chover a partir de hoje

BH enfrenta a pior seca em seis anos Com precipitação pluviométrica 20% abaixo da média anual, BH e a região metropolitana enfrentam a estação quente menos chuvosa desde 2007, mas pode chover a partir de hoje

Gustavo Werneck
Publicação: 26/02/2013 06:00 Atualização: 26/02/2013 08:19

As irmãs Luana e Luiza Moreira fazem esteira com garrafa d%u2019água em academia com umidificador (RAMON LISBOA/EM/D.A PRESS)
As irmãs Luana e Luiza Moreira fazem esteira com garrafa d%u2019água em academia com umidificador



Este verão é o mais seco desde 2007 e entra para a história com um dos períodos menos chuvosos dos últimos 50 anos em BH e região metropolitana. Levantamento da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) indica que, desde dezembro, quando começou a estação mais quente, as chuvas estão 20% abaixo da média anual, que é de 1.490 milímetros, e ainda falta quase um mês para o fim do verão. O técnico de planejamento hidroenergético da estatal, Carlos Wagner Coelho, explica que já houve épocas mais críticas, como 1981 e 1990, com 30% de queda no índice pluviométrico, e de 1967 a 1977, variando de 10% a 30%. “Vínhamos de período satisfatório, com muitas chuvas, como ocorreu no fim de 2011 e de 2012. Todos os institutos meteorológicos erraram nas previsões sobre o verão”, diz o técnico. Em fevereiro choveu até agora apenas 6% da média histórica para o mês.

O motivo da falta de chuva é a massa de ar quente que se instalou sobre grande parte da região central do país e bloqueou a chegada de frentes frias. “A estiagem não decorre de fenômenos como El Niño, ou aquecimento das águas do Oceano Pacífico, na costa peruana, ou do La Niña, o resfriamento na mesma região. Estamos num período de normalidade”, avalia Carlos Wagner. A previsão é de pancadas hoje, no fim da tarde, mas chuva, mesmo, só amanhã, no fim da tarde. A temperatura ontem foi de 31 graus e a expectativa é de chegada de frente fria na sexta-feira.

Dezembro de muitas tempestades, janeiro com chuvas de granizo e indício de muitos transtornos para os belo-horizontinos. Em vez dos tradicionais torós, a capital vem mostrando é falta de água e um calor sem fim para a população.

O jeito é hidratar muito, tomar muito suco e usar roupas leves. As amigas e estudantes de ensino médio Júlia Garcia de Oliveira, moradora do Bairro Santa Inês, e Fernanda Pires, do Nova Vista, na Região Leste, gostam de alternar caminhadas e corridas na Avenida José Cândido da Silveira, Bairro Cidade Nova, na Região Nordeste de BH. As duas, de 16 anos, estão sempre com uma garrafinha nas mãos. Mas nessa secura elas costumam parar debaixo de uma árvore, despejar um pouco de água no rosto e beber bastante líquido. “É sombra e água fresca”, brinca Júlia. Na tarde de ontem, elas fizeram o exercício físico habitual e lembraram que há muito tempo não chove. “Está seco mesmo, é preciso hidratar bastante”, acrescentou Fernanda.

Para dar mais conforto aos alunos, algumas academias de ginástica usam umidificadores nos salões de musculação. A sensação é ótima, pois tem o ventilador movimentando o ar e o vapor d’água refrescando o ambiente. Na Academia Harmonia, no Cidade Nova, tem o equipamento dirigido para quem está na esteira. Grávida de cinco meses, a médica Luana Moreira, de 27, diz que toma água o tempo inteiro. “Vou ao banheiro de cinco em cinco minutos, então tenho que repor líquido, pois está quente demais e muito seco”, afirmou, lembrando que a atividade física é saudável. “Quando chego em casa, tomo um banho e relaxo muito.” Ao lado, a estudante de engenharia Luiza Moreira, de 20, também corria tendo sempre no suporte a garrafinha de água.

O personal trainer da academia, educador físico Thallis Diego Barbosa Rocha, lembra que o fundamental nesses dias é beber bastante água. “Tempo seco causa problemas respiratórios, ressecamento das vias aéreas e aumento brusco da temperatura corporal (hipertermia). Além disso, pode levar a desmaios, devido à queda de pressão. O ideal é malhar em lugares ventilados e com roupas leves”, disse Thallis, enquanto orientava a estudante Nayana Fonseca, de 18, no banco extensor. Precavida, Nayana usava, nos intervalos, um ventilador com um jato de água, pertencente à sala de ginástica da academia.

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