Ditadura militar violou direitos de 50 mil pessoas, diz Comissão Nacional da Verdade
25/02/2013 - 18h19
Luciano Nascimento
Repórter da Agência Brasil
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Os levantamentos feitos pela Comissão Nacional da Verdade
(CNV) estimam que 50 mil pessoas foram, de alguma forma, afetadas e
tiveram direitos violados pela repressão durante a ditadura militar. O
número inclui presos, exilados, torturados, mas também familiares que
perderam algum parente nas ações durante o período de 1964 a 1985, além
de pessoas que sofreram algum tipo de perseguição.
A CNV reuniu nesta segunda-feira (25) representantes de comissões
estaduais e de várias instituições para apresentar um balanço dos
trabalhos feitos e assinar termos de cooperação com quatro organizações.
A CNV assinou termos de cooperação com a Associação Nacional de
História (Anpuh), com o Conselho Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação
em Direito (Conpedi), com a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) e
com o Sindicato dos Petroleiros do Rio de Janeiro. “Estamos
compartilhando nossa metodologia, nossa estratégia com uma ampla gama de
comissões da verdade já criadas, algumas em criação e outros grupos que
estão em processo de criação de suas comissões”, disse o coordenador da
CNV, Paulo Sérgio Pinheiro.
Pinheiro disse que os convênios assinados firmam parcerias de
colaboração e troca de informações. “São acordos de cooperação e
basicamente põem à serviço dessas instituições nossas competências, como
por exemplo, o acesso aos arquivos e eventuais convocações para
depoimentos,” disse.
Recentemente, a Comissão Nacional da Verdade recebeu da Petrobras mais de 400 rolos de microfilmes, além
de microfichas e documentos textuais. O material, de acordo com a CNV,
ajudará a entender como o regime militar monitorava os trabalhadores da
empresa.
O coordenador da CNV estima que até o momento a comissão examinou
“por baixo” cerca de 30 milhões de páginas de documentos e que fez
centenas de entrevistas. Pinheiro disse que, em função do volume de
informações, a CNV deve continuar pesquisando até o final de 2013,
quando a comissão deverá ter o esqueleto do relatório final em mãos. “O
relatório tem que estar nas mãos da presidenta da República até dia 16
de maio. Em princípio, acordamos entre nós que até dezembro a grande
minuta do relatório tem que estar pronta”, disse.
Edição: Fábio Massalli //O texto foi atualizado às 19h35 para
ajuste de informação e às 20h13 para correção de informação: a ditadura
militar foi de 1964 a 1985 e não de 1964 a 1988, como tinha sido
publicado
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