Marina Silva faz apelo para criar Rede Sustentabilidade
Em discurso otimista, ex-senadora ignora a iminente derrota no STF, comemora a marca
de 500 mil assinaturas e pede à militância empenho para chegar a 800 mil apoios até agosto
Diego Abreu Publicação: 16/06/2013 00:12 Atualização: 16/06/2013 08:07
Brasília – A marca de 500 mil assinaturas coletadas para a criação
do partido Rede Sustentabilidade foi celebrada ontem pela ex-senadora
Marina Silva (sem partido), que participou de um evento simbólico, em
São Paulo, com militantes e fundadores da legenda. Ela ignorou a
iminente derrota no Supremo Tribunal Federal (STF) – que deve liberar
nesta semana a retomada da tramitação do projeto de lei que dificulta a
viabilidade da Rede – e fez um discurso otimista, para motivar os
simpatizantes a conseguirem alcançar a marca de 800 mil assinaturas.
O
objetivo de Marina é obter o registro da sigla no Tribunal Superior
Eleitoral (TSE) em agosto, a tempo de registrar seu nome para disputar
as eleições presidenciais do ano que vem. Para estar apta a concorrer no
pleito de 2014, a legenda precisa ser oficialmente criada até o começo
de outubro. Em 2010, a ex-senadora, filiada ao Partido Verde (PV),
obteve uma expressiva votação no primeiro turno. Ela ficou em terceiro
lugar, atrás de Dilma Rousseff e de José Serra, com 19,6 milhões de
votos (19,33% do total apurado).
Durante o evento, transmitido ao
vivo pela internet, participantes da mobilização alertaram para a
necessidade de os militantes intensificarem a coleta de assinaturas e
ter atenção ao preenchimento das fichas de cadastro para não haver
erros. Marina quer o apoio de mais 300 mil pessoas até 7 de julho, que
permita atingir uma margem segura para o registro do partido, já que até
30% dos apoios devem ser descartados por erros de preenchimento. É
necessária a homologação de cerca de 500 mil assinaturas distribuídas
por nove unidades da Federação. “Temos que sair daqui animados,
mobilizados, comprometidos em criar essa margem de segurança para que a
gente possa, em agosto, registrar o partido. O céu é o limite para que
possamos criar a Rede”, discursou Marina
Paralelamente ao
registro do partido, a ex-senadora vem acompanhando a tentativa da base
aliada do governo Dilma de aprovar o projeto de lei que proíbe
parlamentares que trocarem de partido de levar para a nova legenda o
tempo de televisão e fatias do fundo partidário. Ontem, no entanto, ela
não se manifestou a respeito do projeto.
Na prática, Marina
argumenta que a eventual aprovação da proposta reduzirá em 35 segundos o
tempo do programa eleitoral gratuito da Rede, que passaria a contar com
apenas 20 segundos de exposição. O texto foi aprovado na Câmara e
depende de apreciação pelo Senado. Desde 24 abril, no entanto, a matéria
teve sua tramitação suspensa por liminar do ministro do STF Gilmar
Mendes.
Retomada A liminar deve ser derrubada na próxima
quarta-feira, quando o plenário do Supremo retoma o julgamento do
mandado de segurança proposto pelo senador Rodrigo Rollemberg (PSB-DF),
que pede a paralisação definitiva da tramitação do projeto. Por
enquanto, o placar está em cinco votos a dois pela derrubada da liminar.
O presidente do STF, Joaquim Barbosa, que ainda não votou, já adiantou
que também é contrário à interferência do Supremo sobre projetos em
andamento no Legislativo. Com o voto dele garante-se a maioria para que o
Congresso possa voltar a apreciar a proposta.
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