COM MUITO CARINHO ESTA SINGELA HOMENAGEM A JK.
Origem e carreira política
Juscelino nasceu, em 12 de setembro de 1902, em Diamantina. Seu pai, João César de Oliveira (1872-1905), foi caixeiro-viajante e exerceu, também, várias outras profissões. Sua mãe, Júlia Kubitschek (1873-1973)[2], era professora e possuía ascendência checa (seu sobrenome é uma germanização do original tcheco Kubíček) e etnia cigana[3] — JK foi o único presidente de origem cigana em todo o mundo.[4]
Juscelino perdeu o pai aos três anos de idade, e, a partir de então, a
única fonte de renda da família era o trabalho de sua mãe.[5]
JK gostava muito de futebol, e tinha simpatia pelo América Mineiro, onde atuou como jogador amador, e, sempre que podia, acompanhava partidas daquele time. Também foi apreciador das serenatas e serestas. Estudou no seminário diocesano de Diamantina, dirigido pelos padres vicentinos, onde concluiu o curso de humanidades aos 15 anos incompletos. Depois estudou medicina na Universidade Federal de Minas Gerais, em Belo Horizonte, formando-se, em 1927, na mesma turma de Pedro Nava e de Pedro Salles, três anos antes de Guimarães Rosa e quatro antes de Oswaldo Costa.
Casou-se, com Sarah Gomes de Lemos, em 1931. Em 1932, foi nomeado como capitão-médico da Polícia Militar de Minas Gerais. JK era cirurgião especializado em urologia, tendo estagiado no Hospital Cochin, em Paris, com um dos maiores urologistas do mundo, Maurice Chevasseu.
Durante a revolução constitucionalista de 1932,
como médico, serviu nas tropas mineiras que combatiam as tropas
paulistas. JK serviu, no célebre "Túnel da Mantiqueira", como cirurgião
da polícia militar, acompanhando seu professor na faculdade, Otaviano de
Almeida que montara um hospital em vagões ferroviários. Ali, operou o
ferimento à bala do crânio de um soldado que sobreviveu sem sequela.[6]
Iniciou sua carreira política, em 1934, quando foi nomeado chefe da Casa Civil do então interventor federal em Minas Gerais, Benedito Valadares, que o conheceu, na campanha da Serra da Mantiqueira quando combatiam as tropas revolucionárias paulistas.
Foi eleito deputado federal, em 1934, pelo recém-criado "Partido Progressista", criado por membros de PRM que apoiaram a revolução de 1930. Exerceu o mandato de deputado federal até o fechamento do Congresso Nacional, em 10 de novembro de 1937, com o golpe do Estado Novo. Chegou ao posto de tenente-coronel-médico da Polícia Militar de Minas Gerais.
Foi prefeito de Belo Horizonte, nomeado por Benedito Valadares, de 1940 a 1945. Foi eleito deputado federal para a Assembleia Nacional Constituinte de 1945, pelo Partido Social Democrático (PSD).
Destacou-se muito por sua oratória.[7] Seus discursos mais importantes, com as frases que ficaram famosas, como "Deus me poupou o sentimento do medo", foram escritos pelo poeta Augusto Frederico Schmidt.[8] Juscelino destacou-se, também, na chamada política de bastidores, (as articulações políticas bem trabalhadas), típica de Minas Gerais e de seu segundo partido político, o PSD.[9]
Destacou-se mais, entretanto, nos cargos executivos que ocupou, e,
pela sua atuação neles, ficou conhecido como um político do tipo "tocador de obras".
[editar] Cargos executivos
- Prefeito de Belo Horizonte de 19 de outubro de 1940 a 30 de outubro de 1945, nomeado pelo então governador de Minas Gerais Benedito Valadares. Seu mandato terminou com a queda do Estado Novo quando os interventores e prefeitos nomeados durante o Estado Novo foram exonerados de seus cargos. Recebeu o apelido de "Prefeito Furacão", deixou um rico acervo arquitetônico em grande parte assinado pelo famoso arquiteto Oscar Niemeyer, urbanizou a região da bacia da Pampulha, pavimentou a Avenida do Contorno e a Avenida Amazonas e criou vários bairros em Belo Horizonte.
- Governador de Minas Gerais, de 31 de janeiro de 1951 a 31 de março de 1955, quando passou o governo para Clóvis Salgado para poder se candidatar à presidência da República. Um ponto decisivo para que o PSD escolhesse JK como seu candidato ao governo de Minas foi que JK conseguiu o apoio do PR de Artur Bernardes à candidatura do PSD. O PR elegeu, então, Clóvis Salgado como vice governador de Minas Gerais. Sua administração estadual foi muito dinâmica: Criou, em 1952, a CEMIG (Companhia Energética de Minas Gerais), construiu cinco usinas hidrelétricas e abriu mais de três mil quilômetros de rodovias, o que lhe rendeu projeção nacional; seu lema era o Binômio Energia e Transporte. A maior dificuldade que enfrentou como governador foi uma revolta ocorrida em Uberaba, em 1952, contra os elevados impostos estaduais.[10] Prometeu, em 1952, que, em dois anos, construiria uma usina siderúrgica e cumpriu: em 12 de agosto de 1954 foi inaugurada, com a presença do presidente Getúlio Vargas, a Siderúrgica Mannesmann, na região metropolitana de Belo Horizonte.
- Presidente da República de 1956 a 1961, cumprindo um mandato único de 5 anos. Não havia reeleição naquela época. Foi o primeiro presidente civil desde Artur Bernardes a cumprir integralmente seu mandato. Foi eleito com 36% dos votos válidos por uma coligação do PSD com o PTB, que elegeu João Goulart, do PTB, como seu vice-presidente. Juscelino Kubitschek empolgou o país com seu reclame: "Cinquenta anos em cinco", conseguiu encetar um processo de rápida industrialização, tendo como carro-chefe a indústria automobilística. Houve, no seu governo, um forte crescimento econômico, porém, houve também um significativo aumento da dívida pública interna e da dívida externa e da inflação nos governos seguintes de Jânio Quadros e João Goulart. Os anos de seu governo são lembrados como "Os Anos Dourados", coincidindo com a fase de prosperidade norte-americana conhecida como "The Great American Celebration", a qual se caracterizou pela baixa inflação e pelas elevadas taxas de crescimento da economia e do padrão de vida dos norte-americanos.
[editar] A eleição de Juscelino Kubitschek à presidência da República
Pela aliança PSD-PTB, Juscelino foi eleito Presidente da República, em 3 de outubro de 1955, com 36% dos votos válidos, a menor votação de todos os presidentes eleitos de 1945 a 1960. O vice governador de Minas Gerais Clóvis Salgado terminou o mandato de JK que renunciou ao governo do Minas Gerais para concorrer à presidência da república.
Naquela época as eleições se realizavam em turno único. Nesta
eleição, pela primeira vez no Brasil, se utilizou a cédula eleitoral
oficial confeccionada pela Justiça Eleitoral. Antes de 1955 os próprios partidos políticos confeccionavam e distribuíam as cédulas eleitorais.
Foi difícil o lançamento da candidatura de Juscelino, pois se
acreditava em um veto militar a ela: JK era acusado de ser apoiado pelos
comunistas. Somente quando o presidente da república Café Filho divulgou a carta dos militares na Voz do Brasil foi que Juscelino se lançou candidato, alegando que a carta dos militares não citava o seu nome.[5]
Para dar legitimidade e prestígio à sua candidatura a presidente, JK visitou o já idoso e venerando ex-presidente da república Venceslau Brás em sua residência no sul de Minas. Pediu e conseguiu o apoio do antigo presidente à sua candidatura.
A apuração dos votos foi demorada. JK obteve, em 3 de outubro de 1955, 3.077.411 votos, o general Juarez Távora teve 2.610.462 votos, o Dr. Ademar de Barros 2.222.725 votos e Plínio Salgado 714.379 votos.[11]
Juscelino obteve, 400 mil votos a mais que o candidato da UDN Juarez Távora, e 800 mil votos a mais que o terceiro colocado, o ex-governador de São Paulo
Ademar de Barros. Juscelino foi favorecido pelo lançamento da
candidatura de Plínio Salgado, a qual tirou votos do candidato Juarez
Távora.
A UDN tentou impugnar o resultado da eleição, sob a alegação de que
Juscelino não obteve vitória por maioria absoluta dos votos. A posse de
Juscelino e do vice-presidente eleito João Goulart só foi garantida com um levante militar liderado pelo ministro da Guerra, general Henrique Teixeira Lott, que, em 11 de novembro de 1955, depôs o então presidente interino da República Carlos Luz. Suspeitava-se que Carlos Luz, da UDN, não daria posse ao presidente eleito Juscelino. Assumiu a presidência, após o golpe de 11 de novembro, o presidente do Senado Federal, Nereu Ramos,
do partido de JK, o PSD. Nereu Ramos concluiu o mandato de Getúlio
Vargas que fora eleito para governar de 1951 a 1956. O Brasil permaneceu
em estado de sítio até a posse de JK em 31 de janeiro de 1956.
[editar] Aspectos marcantes do seu mandato como presidente do Brasil
Juscelino foi o último presidente da República a assumir o cargo no Palácio do Catete. Foi empossado em 31 de janeiro de 1956, e, governou por 5 anos, até 31 de janeiro de 1961. Seu vice-presidente, eleito também em 3 de outubro de 1955, foi João Goulart.
[editar] O Plano de Metas
Em seu mandato presidencial, Juscelino lançou o Plano Nacional de Desenvolvimento, também chamado de Plano de Metas, que tinha o célebre lema "Cinquenta anos em cinco".
O plano tinha 31 metas distribuídas em 5 grandes grupos: Energia,
Transportes, Alimentação, Indústria de base, Educação, e, a meta
principal ou meta-síntese: Brasília. O Plano de Metas visava estimular a diversificação e o crescimento da economia brasileira, baseado na expansão industrial
e na integração dos povos de todas as regiões do Brasil através da nova
capital localizada no centro do território brasileiro, na região do Brasil Central.
A estratégia do Plano de Metas era corrigir os "pontos de estrangulamento" da economia brasileira, em termos atuais "reduzir o custo Brasil",
que poderiam estancar o crescimento econômico brasileiro (por falta de
estradas e energia elétrica) e reduzir a dependência das importações, no
processo chamado de "substituição de importações", já que o Brasil padecia de uma crônica falta de divisas externas (dólares).
[editar] A convivência democrática
Outro fato importante do governo de JK foi a manutenção do regime
democrático e da estabilidade política, que gerou um clima de confiança e
de esperança no futuro entre os brasileiros. Teve grande habilidade
política para conciliar os diversos setores da sociedade brasileira,
mostrando-lhes as vantagens de cada setor dentro da estratégia de
desenvolvimento de seu governo.
JK evitou qualquer confronto direto com seus adversários políticos e
apelou a eles para que fizessem oposição sempre dentro das leis
democráticas. Anistiou os militares revoltosos de Jacareacanga e Aragarças. Sendo que muitos políticos da UDN, (adversária do PSD de Juscelino), o apoiavam, ficando, estes políticos, conhecidos como a UDN chapa-branca.[12]
Outro momento de tensão política do governo JK foi, em 23 de novembro de 1956, quando Jk ordenou a prisão domiciliar do general Juarez Távora,
que JK havia derrotado nas eleições de 1955, por Juarez Távora ter
desafiado a ordem de JK, dada em 21 de novembro de 1956, que proibia os
militares de fazerem manifestação ou comentário político. O ministro da
Guerra, Henrique Lott, cumpriu a ordem de prisão, mas pediu exoneração
do cargo, porém voltou atrás. Com sua atitude enérgica e apoio de Lott,
JK se fortaleceu entre os militares, setor em que tinha antes pouca
aceitação e prestígio. JK fechou, também, em novembro de 1956, a "Frente de Novembro" e o "Clube da Lanterna", que faziam oposição a JK.
Seu maior adversário político foi Carlos Lacerda com o qual se reconciliou posteriormente. Juscelino não permitiu o acesso de Carlos Lacerda à televisão
durante todo o seu governo. Juscelino confessou a Lacerda, depois, que
se tivesse deixado Lacerda ter acesso a televisão, este o derrubaria.[12]
[editar] A Economia brasileira e as obras realizadas
O governo de Juscelino Kubitschek usou uma plataforma nacional desenvolvimentista, o Plano de Metas, lançado em 1956,
e permitiu a abertura da economia brasileira ao capital estrangeiro.
Isentou de impostos de importação as máquinas e equipamentos
industriais, assim como liberou a entrada de capitais externos em
investimentos de risco, desde que associados ao capital nacional
("capital associado"). Para ampliar o mercado interno, o plano ofereceu
uma generosa política de crédito ao consumidor.
JK promoveu a implantação da indústria automobilística com a vinda de
fábricas de automóveis para o Brasil, promoveu a indústria naval, a
expansão da indústria pesada, a construção de usinas siderúrgicas e de
grande usinas hidrelétricas, como a Furnas localizada em São João da Barra e a Três Marias.
A construção de Furnas foi iniciada em 1957 e concluída em 1963. Furnas
formou um dos maiores lagos artificiais do mundo que banha 34
municípios mineiros e que ficou conhecido como o "Mar de Minas Gerais".
Abriu as rodovias transregionais que uniram todas as regiões do
Brasil, antes sem ligação rodoviária entre elas. Aumentou a produção de
petróleo da PETROBRAS. Com exceção das empresas de energia hidrelétrica, Juscelino praticamente não criou nenhuma empresa estatal.
Em 15 de dezembro de 1959, JK criou a Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste, Sudene, para integrar a região ao mercado nacional. Também em 1959, Juscelino rompeu com o FMI por não aceitar a reforma cambial pedida pelo FMI.
Comprou, em 1956, para a Marinha do Brasil, o seu primeiro porta-aviões, o NAeL Minas Gerais (A-11).
Entre 1959 e 1960, houve uma crise na obra de construção de Brasília.
As verbas haviam acabado e JK entendia que não poderia terminar o
governo sem construir Brasília. JK rompeu com o FMI,
pois este havia proposto reformas econômicas que não seguiam o seu
modelo de governo, e, sendo assim, precisou agir de outra forma para
conseguir o capital para terminar Brasília. JK emitiu títulos da dívida pública e cartas precatórias. Estas consistem em papéis negociados na bolsa de valores para se conseguir capital de curto prazo. JK vendeu esses papéis com deságio,
ou seja, com um preço abaixo do valor de mercado que poderia ser
recuperado posteriormente em um prazo de 5 anos. Com isso, JK conseguiu
dinheiro para terminar a construção de Brasília. Isso, no entanto, fez
com que JK fosse acusado de inviabilizar os próximos governos do país,
por aumentar a dívida pública federal.
Junto com Brasília, uma grande obra rodoviária ajudou muito o povoamento e desenvolvimento do Brasil Central e da Amazônia:A rodovia BR-153 (antiga BR-14), também conhecida como "Rodovia Belém-Brasília". Outras obras rodoviárias importantes ligando regiões brasileiras, feitas por Juscelino, foram:
- A Rodovia Régis Bittencourt, (antiga BR-2), que liga o Sudeste do Brasil ao Sul do Brasil, inaugurada no início de 1961.
- A rodovia Fernão Dias que liga São Paulo a Belo Horizonte, obra iniciada por Getúlio Vargas, inaugurada, por JK, em 1960, e concluída em 1961.
- A BR-364 ligando Cuiabá a Porto Velho e Rio Branco, inicialmente uma estrada de terra e que foi asfaltada em 1983. A BR-364 foi a primeira rodovia a ligar o Centro Oeste do Brasil a Rondônia e ao Acre. A BR-364 viabilizou o povoamento de Rondônia que passou de 70.000 mil habitantes em 1960 a 500.000 habitantes em 1980.
O governador de Rondônia na época, Paulo Nunes Leal, em seu livro "O outro braço da Cruz", conta como conseguiu de JK a construção da BR-364 em 2 de fevereiro de 1960:
"- Sr. Presidente!
- Diga Paulo!
- O Sr. já ligou Brasília ao Centro-Sul, ao Nordeste e a Belém.
Por que o Sr. não faz o outro braço da cruz, ligando Brasília ao Acre?
- Uai, Paulo! E pode?
- Pode, Sr. Presidente! Mas é negócio pra homem!
- Então vai ser!"
Os críticos de Juscelino Kubitschek frisam o fato de ele ter
priorizado o transporte rodoviário em detrimento do transporte
ferroviário devido à implantação da indústria automobilística no Brasil,
o que teria causado prejuízos econômicos como o crescimento das
importações de derivados de petróleo (gasolina e óleo diesel) e
petróleo, e também provocado isolamento e decadência de certas cidades.
JK conseguiu entretanto, com a inauguração da Refinaria de Duque de Caxias,
em 1961, a autossuficiência do Brasil na produção de derivados de
petróleo, passando o Brasil, a partir de então, a importar apenas a
matéria-prima, produzindo os derivados de petróleo nas refinarias
brasileiras.
A opção pelas rodovias é considerada, por muitos, danosa aos
interesses do país, que estaria mais bem servido por uma grande rede
ferroviária. Na década de 1920, o presidente Washington Luís também havia sido contestado por construir rodovias, sendo apelidado de "General Estrada de Bobagem", um trocadilho com "estrada de rodagem".[16] Mesmo após o governo Juscelino, continuou forte, no Brasil, a oposição política à construção de rodovias: Na década de 1960, em São Paulo, Ademar de Barros foi muito criticado por construir a Rodovia Castelo Branco, tida, na época, como obra cara e desnecessária.
A dívida externa brasileira aumentou 1,5 bilhão de dólares,
chegando ao todo a 3,8 bilhões de dólares no final do governo JK. Esta
dívida foi ainda agravada pelas altas remessas de lucros das empresas
estrangeiras de "capital associado" e pelo consequente aumento do déficit na balança de pagamentos.
Houve também uma elevação da dívida interna brasileira em aproximadamente 500 milhões de dólares.
Apesar do crescimento econômico, segundo alguns críticos, o mandato de Juscelino Kubitschek terminou com crescimento da inflação, aumento da concentração de renda e arrocho salarial. Ocorreram várias manifestações populares, com greves na zona rural e nos centros industriais que se alastram nos governos seguintes.
De fato, a expansão do crédito, a grande quantidade de importações para indústria automobilística e as constantes emissões de moeda
- para manter os investimentos estatais e pagar os empréstimos externos
- provocaram crescimento da inflação e queda no valor dos salários. Em 1960, a inflação estava a 25% ao ano, subiu para 43% em 1961, para 55% em 1962 e chegou a 81% em 1963. O economista Roberto de Oliveira Campos,
um dos coordenadores do Plano de Metas, foi um dos primeiros
economistas a alertar Juscelino para o caráter inflacionário da
construção de Brasília. Durante o governo JK, a produção industrial
cresceu 80%, os lucros da indústria cresceram 76%, mas os salários
cresceram apenas 15%.
Porém, o salário-mínimo do trabalhador brasileiro, em 1959, foi, considerado o mais alto, em valores reais, de todos os tempos.
[editar] Construção de Brasília
A construção de Brasília foi, sem dúvida, um dos fatos mais marcantes
da história brasileira, e da política de JK no seu mandato de 5 anos
como presidente, sendo uma das maiores obras do século XX. A ideia de construir uma nova capital no centro geográfico do País estava prevista na Constituição de 1891, na Constituição de 1934 e na Constituição de 1946, mas foi adiada, sua construção, por todos os governos brasileiros desde 1891.
A promessa de construir Brasília foi feita, por JK, no dia 4 de abril de 1955, em um comício, em Jataí, no estado de Goiás, quando, no final do comício, JK resolveu ouvir perguntas de populares, e, o estudante para tabelião Antônio Soares Neto, o Toniquinho, perguntou a JK se este iria cumprir toda a constituição do Brasil de 1946, inclusive o artigo referente a nova capital.[17][5]
"Toniquinho" se referia ao artigo 4º do "Ato das disposições constitucionais transitórias da Constituição de 1946" que dizia:
Art 4º - A Capital da União será transferida para o planalto central do país. § 1 º - Promulgado este Ato, o Presidente da República, dentro de sessenta dias, nomeará uma Comissão de técnicos de reconhecido valor para proceder ao estudo da localização da nova Capital. § 2 º - O estudo previsto no parágrafo antecedente será encaminhado ao Congresso Nacional, que deliberará a respeito, em lei especial, e estabelecerá o prazo para o início da delimitação da área a ser incorporada ao domínio da União. § 3 º - Findos os trabalhos demarcatórios, o Congresso Nacional resolverá sobre a data da mudança da Capital. § 4 º - Efetuada a transferência, o atual Distrito Federal passará a constituir o Estado da Guanabara. |
— Constituição Federal de 1946
|
O Congresso Nacional, mesmo com descrença, aprovou a Lei n° 2.874, sancionada por JK, em 19 de setembro de 1956, determinando a mudança da Capital Federal e criando a Companhia Urbanizadora da Nova Capital — Novacap.
As obras, lideradas pelos arquitetos Lúcio Costa e Oscar Niemeyer começaram com entusiasmo em fevereiro de 1957. Mais de 200 máquinas e de 30 mil operários - os candangos - vindos de todas as regiões do Brasil (principalmente do Nordeste do Brasil), exerceram um regime de trabalho ininterrupto, dia e noite, para construir e concluir Brasília até a data prefixada de 21 de abril de 1960, em homenagem à Inconfidência Mineira.
As obras terminaram em tempo recorde de 41 meses — antes do prazo previsto. Já no dia da inauguração, em pomposa cerimônia, Brasília era considerada como uma das obras mais importantes da arquitetura e do urbanismo contemporâneos.
Além da obediência à Constituição,
a construção da Nova Capital visava a integração de todas as regiões do
Brasil, a geração de empregos, absorvendo o excedente de mão-de-obra da
região Nordeste do Brasil e o estímulo ao desenvolvimento do interior,
desafogando a economia saturada do Centro-Sul do país.
[editar] Política Externa
No plano internacional, Juscelino procurou estreitar as relações entre o Brasil e os Estados Unidos, ciente de que isso ajudaria na implementação de sua política econômica industrial e na preservação da democracia brasileira.
Formulou a Operação Pan-americana,
iniciativa diplomática em que solicitava apoio dos Estados Unidos ao
desenvolvimento da América do Sul, como forma de evitar que o continente
americano fosse assolado pelo fantasma do comunismo.
[editar] Rebeliões
Em seu governo ocorreram duas rebeliões de oficiais da Força Aérea Brasileira: Em 19 de fevereiro de 1956, em Jacareacanga no Pará, e, em 3 de dezembro de 1959, em Aragarças em Goiás. Ambas foram rapidamente controladas e seus líderes foram, logo depois, anistiados por Juscelino.
[editar] Corrupção
JK também foi acusado diversas vezes de corrupção.
As acusações vinham desde os tempos em que ele era governador, e se
intensificaram no período em que ele foi presidente. As denúncias se
multiplicaram por conta da construção de Brasília: havia sérios indícios
de superfaturamento das obras e favorecimento a empreiteiros ligados ao
grupo político de Juscelino. Outro caso rumoroso foi o da empresa aérea
Panair do Brasil, pertencente a amigos de JK, que foi acusada de possuir um monopólio do transporte de pessoas e materiais enviados para a construção de Brasília. Durante a construção de Brasília, como a BR-050 ainda não estava pronta, grande parte dos materiais e equipamentos utilizados na obra eram transportados por aviões.
A imprensa chegou a dizer que JK teria a sétima maior fortuna do
mundo, o que nunca foi provado. Durante a campanha eleitoral de 1960,
para a escolha de seu sucessor, as denúncias de corrupção contra JK
foram amplamente exploradas pelo candidato Jânio Quadros que prometia "varrer a corrupção" do governo de JK. JK respondeu a inquérito policial militar (IPM) durante o regime militar, acusado de corrupção e de ter apoio dos comunistas.
A Panair do Brasil foi depois perseguida e levada à falência pelo regime militar.
Quando de sua morte, porém, o seu inventário
de bens mostrou um patrimônio modesto, tendo sua filha Márcia precisado
vender um apartamento para financiar sua campanha eleitoral à Câmara dos Deputados.[18]
[editar] Espiritismo
Há relatos dando conta de que o presidente Juscelino enviava perguntas ao médium Chico Xavier pedindo conselhos sobre problemas enfrentados durante a construção de Brasília[19]
Concedeu indulto ao médium José Pedro de Freitas,
o "José Arigó", ou "Zé Arigó", que fora preso acusado de exercício
ilegal da medicina. Existem relatos de que JK fazia parte da Maçonaria, informação esta nunca confirmada pela maçonaria brasileira.[20]
[editar] A eleição do sucessor de JK
As eleições de 3 de outubro de 1960 foram vencidas pelo candidato oposicionista Jânio Quadros, ex-governador de São Paulo apoiado pela UDN.
Jânio obteve 48% dos votos válidos, em um total de quase 6 milhões de
votos, a maior votação nominal obtida por um político brasileiro até
então. Juscelino apoiou o marechal Henrique Lott, seu ministro da guerra (morto em 19.05.1984) e que havia garantido a posse de JK em 1955. Lott era o candidato a presidente pela aliança PSD-PTB que tinha João Goulart candidato a reeleição como vice-presidente da república. A disputa entre Jânio e Lott foi chamada de A Campanha da Vassoura contra a Espada. Ademar de Barros, novamente candidato, definiu-se como "A candidatura de protesto", e obteve o terceiro lugar. João Goulart foi reeleito vice-presidente da república.
Ao passar a faixa presidencial para Jânio Quadros, em 31 de janeiro de 1961, Juscelino tornou-se o primeiro presidente civil desde Artur Bernardes, eleito pelo voto direto, que iniciou e concluiu seu mandato dentro do prazo determinado pela Constituição Federal. Após JK, o primeiro presidente civil, eleito pelo voto direto, a cumprir integralmente seu mandato foi Fernando Henrique Cardoso.
[editar] Anos Dourados
Após a retomada da democracia no Brasil em 1945,
Juscelino Kubitschek e sua atuação como governador de Minas Gerais e na
Presidência da República, foram referências para o Brasil entre os anos
de 1951 e 1961. A era JK estava em todo canto, nos chamados "Anos Dourados". Ao longo da década de 1950, a economia brasileira foi industrializada rapidamente, passando de rural a urbana.
Nessa época foram se popularizando os eletrodomésticos, que prometiam
facilitar a vida do lar. Eram de todos os tipos, desde enceradeiras até
aspiradores de pó, carros, televisores, o rádio e os toca-discos portáteis e o disco de vinil. Foram criados os objetos de plástico e fibra sintética, além de casas com mobílias com menos adornos.
Este estilo de vida foi criado nos Estados Unidos e recebeu o nome de "American Way of Life", (estilo de vida americano), e, por conta da influência norte-americana durante e após a Segunda Guerra Mundial, se espalhou pelo mundo.
Enquanto tudo isso se consolidava, os meios de comunicações e de
diversões se ampliavam. Eram emissoras de rádios que através das ondas
curtas chegavam grande parte do interior do Brasil, revistas como Seleções e O Cruzeiro, jornais, radionovelas, o teatro de revista, programas radiofônicos de musicais e os humorísticos, o radiojornal Repórter Esso e as comédias e as chanchadas da Atlântida Cinematográfica do Rio de Janeiro. O cinema brasileiro teve sua fase dourada, nos anos 1950, com a Companhia Cinematográfica Vera Cruz, de São Paulo, e a premiação do filme O Cangaceiro, no exterior, em 1953.
Os teatros, rádios, especialmente a Rádio Nacional, radionovelas, radiojornais, teleteatros e telejornais na televisão que já atingia a maioria das capitais brasileiras, tinham mais audiência que nunca. Em 1958, a música popular brasileira é sucesso no exterior, especialmente a Bossa Nova, criada naquela época, e com sucessos como "Chega de Saudade" de Vinicius de Moraes.
A nova capital Brasília surge do trabalho conjunto de JK, Lúcio Costa e Oscar Niemeyer. No esporte, a seleção brasileira de futebol foi campeã na Copa do Mundo de 1958, na Suécia, o boxeador peso-galo Éder Jofre foi campeão mundial de boxe; Em 1959, a seleção brasileira de basquete masculina foi campeã mundial no Chile e a tenista Maria Esther Bueno venceu os torneios de Wimbledon e o US Open.
O salário-mínimo, em 1959, em termos reais, descontado a inflação, ou seja, em valores reais, é considerado o mais alto da história do Brasil.
Os anos dourados inspiraram o espírito otimista e inovador, consagrando assim o governo de Juscelino Kubitschek.
[editar] Após a presidência
Em janeiro de 1960, pouco antes de deixar a presidência, JK deixou
uma mensagem de agradecimento ao professor José Antero de Carvalho, na
qual resume sua visão sobre seu governo e seu futuro político. A carta
tinha o seguinte teor:
Sinto-me satisfeito em poder proclamar que, na presidência da república, não faltei a um só dos compromissos que assumi como candidato. Mercê de Deus, em muitos setores realizei além do que prometi, fazendo o Brasil avançar, pelo menos,cinquenta anos de progresso em cinco anos de governo. Pude ainda, através da operação Pan-Americana, despertar as esperanças e energias dos povos americanos para o objetivo comum de combater o sub-desenvolvimento. E todo este esforço culminou no cumprimento da meta democrática, quando o nosso país apresentou ao mundo um admirável espetáculo de educação política, que me permite encerrar o mandato, num clima de paz, de ordem, de prosperidade e de respeito a todas as prerrogativas constitucionais. Sejam quais forem os rumos de minha vida pública, levarei comigo, ao deixar o honroso posto que me confiou a vontade popular, o firme propósito de continuar servindo ao Brasil com a mesma fé, o mesmo entusiasmo e a mesmo confiança nos seus altos destinos! |
— Juscelino Kubitschek
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Juscelino foi eleito senador pelo estado de Goiás em 1962. Juscelino desejava concorrer novamente à Presidência da República, nas eleições marcadas para 3 de outubro de 1965. Sua pré-campanha eleitoral foi chamada de "JK-65: A vez da agricultura". A candidatura de JK foi lançada, pelo PSD, em 20 de março de 1964. Os outros pré-candidatos eram Carlos Lacerda, Leonel Brizola e Jânio Quadros. Estas candidaturas foram abortadas pelo golpe militar de 1964, também chamado de Revolução de 1964, iniciada em 31 de março de 1964.
Em 11 de abril de 1964, o Congresso Nacional elegeu o general Castelo Branco presidente da república e o antigo amigo de Juscelino, do tempo do seminário em Diamantina, José Maria Alkmin, como vice-presidente da república. Juscelino, na condição de senador por Goiás, votou em Castelo Branco e em Alkimin.
Acusado de corrupção e de ser apoiado pelos comunistas, teve os direitos políticos cassados, em 8 de junho de 1964, perdendo o mandato de senador por Goiás. A partir de então passou a percorrer cidades dos Estados Unidos e da Europa, em um exílio voluntário.
Voltou ao Brasil, logo depois das eleições de 3 de outubro de 1965,
na qual dois aliados de JK e adversários do governo Castelo Branco, (Francisco Negrão de Lima e Israel Pinheiro da Silva), venceram as eleições para governador na Guanabara e em Minas Gerais,
porém JK permaneceu pouco no Brasil, logo voltando para o exílio. Após
esse segundo exílio voluntário, regressou definitivamente, ao Brasil, em
1967.
Posteriormente, tentou articular, em 1967, a Frente Ampla de oposição ao regime militar, juntamente com o ex-presidente João Goulart e o ex-governador da Guanabara, Carlos Lacerda, este último seu antigo adversário político.
JK pretendeu voltar para a vida política, depois de passados os 10
anos que duravam as cassações de direitos políticos. Para dissuadi-lo,
os militares usaram os fantasmas das denúncias de corrupção, buscando
desmoralizá-lo politicamente. Eles ameaçavam levar as investigações
adiante caso Juscelino tentasse voltar à cena política.
Apesar dos fortes indícios de corrupção e da pressão de alguns
segmentos políticos e da opinião pública da época, JK nunca chegou a
responder formalmente à Justiça pelas acusações de corrupção, porém
respondeu aos IPM, inquéritos policiais militares.
Um ano antes de sua morte, seu nome ainda era proibido na televisão brasileira. Assim, a telenovela Escalada, exibida em 1975,
pela Rede Globo, na qual era tratado o tema da construção de Brasília,
não pode mencionar o seu nome. O recurso usado pelo autor Lauro César Muniz foi mostrar os personagens assoviando a música "Peixe-Vivo" que identificava JK.
[editar] Morte
Faleceu em 22 de agosto de1976,
em um desastre automobilístico em que também perdeu a vida seu
motorista e amigo Geraldo Ribeiro no antigo quilômetro 165 (atual
quilômetro 328) da Rodovia Presidente Dutra, em um automóvel Chevrolet Opala,[22] na altura da cidade fluminense de Resende,
no qual o veículo onde ele estava, colidiu violentamente com uma
carreta carregada de gesso. Até hoje, o local do acidente é conhecido
como "Curva do JK", antes conhecido como " Curva do Açougue".
Mais de 300 mil pessoas assistiram a seu funeral em Brasília, onde a
multidão cantou a música que o identificava: Peixe Vivo. Seus restos mortais repousam no Memorial JK, construído em 1981, na capital federal do Brasil, Brasília, por ele fundada.
Em 1996, seu corpo foi exumado, para se esclarecer a causa de sua morte, levantando-se novamente a polêmica sobre o caso.[23]
O laudo oficial da exumação concluiu que foi apenas um acidente de
trânsito, sendo tal laudo contestado pelo secretário particular de JK,
Serafim Jardim, no livro "JK, onde está a verdade".[24]
[editar] Representações na cultura e homenagens
A vida e carreira política de Juscelino Kubitschek foi tema de muitos livros, e, de 3 de janeiro até 24 de março de 2006, foi contada através de uma minissérie da Rede Globo intitulada "JK".
Juscelino Kubitschek foi retratado como personagem no cinema e na televisão, interpretado por José de Abreu no filme "JK - Bela Noite Para Voar" (2005), e José Wilker e Wagner Moura na minissérie de televisão "JK" em 2006.
Teve sua efígie impressa nas notas de Cz$ 100,00 (cem cruzados) de 1986, e teve sua efígie cunhada no verso das moedas de 1 real, lançadas em 2002, no Brasil, comemorativas do centenário de seu nascimento.
Foi criada a "Comenda JK", também conhecida como a "Jóia de JK" (cravejada com 22 rubis e 5 esmeraldas) durante as comemorações de seus 100 anos. No Palácio da Alvorada, o presidente Fernando Henrique Cardoso
recebeu a primeira peça das mãos de uma das filha de JK, e do
Comendador Regino Barros, Grão Mestre da Soberana Ordem do Mérito do
Empreendedor JK, e presidente do CICESP, Centro de Integração Cultural e
Empresarial de São Paulo, considerada a mais alta condecoração
empresarial brasileira.
A Rodovia Juscelino Kubitschek que liga Brasília à cidade Rio de Janeiro, o Aeroporto Internacional de Brasília, a Rodovia Presidente Juscelino Kubitschek que compreende o trecho da BR-020 entre Formosa e Fortaleza, e as cidades de Presidente Juscelino (Minas Gerais) e Presidente Juscelino (Maranhão) foram nomeadas em sua homenagem.
Qual seria o futuro se o ceticismo predominasse? Do chão de uma fábrica nasceu um presidente. É a evidência da semeadura generosa promovida pelo desassombro de JK. |
— Lula, elogiando Juscelino na comemoração dos seus 106 anos
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[editar] Ministros
- Aeronáutica: Vasco Alves Seco, Henrique Fleiuss, Francisco de Assis Correia de Melo;
- Agricultura: Ernesto Dornelles, José Parsifal Barroso (interino), Mário Meneghetti, Luís Guimarães Júnior (interino), Paulo Fróis da Cruz (interino), Fernando Nóbrega (interino), Antônio de Barros Carvalho;
- Educação e Cultura: Clóvis Salgado da Gama, Celso Teixeira Brant (interino), Nereu Ramos (interino), Pedro Calmon, José Pedro Ferreira da Costa (interino), Pedro Paulo Penido;
- Fazenda: José Maria Alkmin, João de Oliveira Castro Viana Júnior (interino), Lucas Lopes, Sebastião Pais de Almeida, Maurício Chagas Bicalho (interino), Antônio Carlos Barcellos (interino);
- Guerra: Henrique Batista Duffles Teixeira Lott, Odílio Denys;
- Justiça e Negócios Interiores: Nereu Ramos, José Carlos de Macedo Soares (interino), Eurico de Aguiar Sales, Carlos Cirilo Júnior, Armando Falcão;
- Marinha: Renato de Almeida Guillobel (interino), Antônio Alves Câmara Júnior, Jorge do Paço Matoso Maia, Jorge da Silva Leite (interino);
- Relações Exteriores: José Carlos de Macedo Soares, Décio Honorato de Moura, Francisco Negrão de Lima, Antônio Barreto Mendes Viana, Horácio Lafer, Armando Falcão, Fernando Ramos de Alencar, Edmundo Pena Barbosa da Silva;
- Saúde: Maurício Campos de Medeiros, Mário Pinotti, Pedro Paulo Penido (interino), Armando Falcão (interino);
- Trabalho, Indústria e Comércio: José Parsifal Barroso, Mário Meneghetti, Fernando Nóbrega, Alírio Sales Coelho (interino), João Batista Ramos;
- Viação e Obras Públicas: Lúcio Martins Meira, Ernâni do Amaral Peixoto.
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