Av. Prudente de Morais terá obra para conter cheias
Empresa que fará intervenção para evitar que novas tragédias, prevista para este ano, será escolhida em março
Cristiano Couto
Nas últimas chuvas, a av. Prudente de Morais enfrentou alagamentos e queda de árvores
Cenário de inúmeros alagamentos e até mortes no últimos anos, a avenida Prudente de Morais, no bairro Santo Antônio, região Centro-Sul da capital mineira, passará por obras para evitar que novas tragédias se repitam no local. A proposta é aumentar a capacidade de vazão do sistema de galerias pluviais e diminuir o risco de inundações em dias de fortes temporais.
O edital para escolher a empresa que executará as obras na Prudente de Morais foi publicado em 1º de fevereiro. O julgamento das propostas apresentadas está previsto para 7 de março. As intervenções devem começar ainda no primeiro semestre deste ano.
Pelo projeto, uma nova galeria será construída paralela à já existente sob a avenida Prudente de Morais, a partir da rua Barão de Macaúbas até a rua Bárbara Heliodora, entre as ruas São Paulo e Alvarenga Peixoto, no bairro de Lourdes, também na região Centro-Sul. Segundo a assessoria da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), a construção da galeria utilizará métodos que evitam a abertura de valas nas vias e, consequentemente, minimizam os riscos de interdição do trânsito na avenida durante as obras.
Atualmente, sob a avenida há uma única galeria para o córrego do Leitão, que capta toda a água que desce da região e da Barragem Santa Lúcia. Em dias de muita chuva, a dimensão do canal não suporta o volume recebido, provocando inundações nas partes mais baixas. Segundo a Carta de Inundações de Belo Horizonte, são três os pontos com riscos de inundação no trecho que será reestruturado.
A obra está orçada em R$ 32,1 milhões e conta com recursos do governo Federal. Os valores incluem trabalhos de desassoreamento da Barragem Santa Lúcia, responsável por captar toda a água da região durante as tempestades e liberá-la de forma mais lenta e com menor pressão na rede pluvial.
A necessidade de intervenções na bacia do córrego do Leitão era reclamação constante da população. A obra possibilitará maior vazão da água, intervindo no ponto mais crítico da região, que é a rua Joaquim Murtinho, entre Marques de Maricá e avenida Prudente de Morais. O local é uma depressão e alaga no período chuvoso, causando transtorno e prejuízo para moradores e comerciantes, que têm os imóveis invadidos pela água em poucos minutos.
No caso mais grave, em março de 2009, um casal de idosos morreu depois que o carro em que eles estavam com a filha foi tomado pelas águas da enchente. O aposentado Aloisio Carlos de Paula, de 86 anos, morreu afogado dentro do veículo. Já a esposa, Dalva Rocha de Paula, da mesma idade, chegou a ser socorrida e encaminhada ao hospital, mas morreu quatro dias depois.
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