sábado, 4 de fevereiro de 2012

Preços dos imóveis desaceleram em Belo Horizonte. QUESTÃO DE SENSO.

Preços dos imóveis desaceleram em Belo Horizonte

Na capital mineira foi registrada uma alta de 0,48% em relação a dezembro do ano passado, que fechou em 0,75%


Carlos Rhienck
imóveis bh
Engenheiro Marco Antônio Izza precisou reduzir em 8% o preço de um imóvel que estava à venda


O preço do imóvel vem perdendo fôlego nas principais capitais brasileiras. Em Belo Horizonte, foi registrada uma alta de 0,48% em relação a dezembro do ano passado, que fechou em 0,75%. A variação foi a menor desde setembro de 2010, quando os valores subiram 0,6%.

Os dados são do Índice Fipezap de Preços de Imóveis Anunciados, apurado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe). Os compradores ganham com a desaceleração, pois aumentam as chances de se obter um desconto no valor do bem.

Conforme o índice, o valor cobrado por metro quadrado em todo o país avançou timidamente, passando de 1,09% em dezembro passado, para 1,14% em janeiro de 2012. No acumulado do ano, os imóveis ficaram 25,5% mais caros. Em BH, a variação foi menor, de 20,6%.

O vice-presidente da Câmara do Mercado Imobiliário e Sindicato das Empresas do Mercado Imobiliário de Minas Gerais (CMI/Secovi), Evandro Negrão de Lima Júnior, explica que a desaceleração é reflexo do ajuste do mercado. “É perfeitamente natural que isso aconteça após uma série histórica de preços subitamente elevados”, justifica.

O engenheiro Marco Antônio Izza precisou reduzir em 8% o preço de um imóvel que estava à venda no Bairro Anchieta, região Centrol-Sul da capital. Encalhado há três meses ao custo de R$ 450 mil, a saída foi baratear para conquistar o cliente. O imóvel, que tem 133 metros quadrados – 18 deles de área privativa – foi vendido há 25 dias por R$ 415 mil.

“Tenho percebido que o consumidor está ficando muito exigente. Ele busca preços que sejam realmente compatíveis com a realidade. A saída, para conseguir concluir a venda, foi reduzir o preço e aceitar as ofertas”, explica.

Mírian Dayrell, sócia-proprietária da imobiliária de mesmo nome, que funciona em Belo Horizonte, também argumenta que a desaceleração é um reajuste natural. “Em 2011 tivemos uma oscilação muito grande e, agora, os preços voltam a ter coerência com a lei da oferta e da procura”, afirma. “O momento agora é de quem busca. O comprador é a bola da vez”, emenda.

Já o presidente do Conselho Regional de Corretores de Imóveis em Minas (Cresci-MG), Paulo José Vieira Tavares, comenta que as variações em ritmo reduzido sinalizam o início de uma fase de estabilização de preços. “Em anos anteriores, tivemos uma supervalorização, especialmente em função da crise que atingiu o Brasil de maneira menos intensa. Com empresas e investidores apostando no mercado nacional e no imóvel como negócio e a oferta aumentada, a demanda caminhou em ritmo semelhante”, afirma.

Ao se analisar a alta acumulada em 12 meses, a tendência de desaceleração observada nos últimos meses é ainda mais notável. A pesquisa mostra que entre as capitais analisadas – São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Distrito Federal, Recife e Fortaleza – os preços subiram 26% entre janeiro de 2011 e janeiro de 2012.

Desde setembro de 2011, porém, quando a alta acumulada em 12 meses havia sido de 29% e 30%, respectivamente, o indicador vem caindo. O preço médio do metro quadrado em BH, em janeiro, foi o quinto mais caro registrado pelo índice FipeZap: R$ 4.547. Distrito Federal, com R$ 7.847 e São Paulo, R$ 7.589, têm os valores mais altos.

A variação positiva, no entanto, segue a tendência de desaceleração que vem sendo observada nos últimos meses. Em abril do ano passado, por exemplo, o indicador havia registrado alta de 2,69%, mas, desde então, as altas vêm sendo sucessivamente menores.

 

QUESTÃO DE SENSO.




MARCO MARCÃO CAVALCANTE

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