terça-feira, 27 de novembro de 2012

Enterrado corpo de jovem morto no Aglomerado da Serra O clima no aglomerado segue tranquilo nesta terça-feira. Mesmo assim, Polícia Militar continua com o cerco no local

Enterrado corpo de jovem morto no Aglomerado da Serra O clima no aglomerado segue tranquilo nesta terça-feira. Mesmo assim, Polícia Militar continua com o cerco no local

João Henrique do Vale
Publicação: 27/11/2012 17:48 Atualização: 27/11/2012 18:02

Durante o velório do jovem, a família fez duras críticas a Polícia Militar (Paulo Filgueiras/EM/D.A.Press)
Durante o velório do jovem, a família fez duras críticas a Polícia Militar

Foi enterrado no fim da tarde desta terça-feira o corpo do servente de pedreiro Helenílson Eustáquio da Silva Souza, de 24 anos, morto durante uma operação da Polícia Militar no Aglomerado da Serra, Região Centro-Sul de Belo Horizonte. Muitos moradores foram até o Cemitério da Saudade, na Região Leste da capital, para prestar as última homenagens ao jovem. Tudo transcorreu com tranquilidade e nenhuma ocorrência foi registrada.

O mesmo ocorreu durante a manhã de hoje, quando o corpo de Helenílson era velado em uma igreja evangélica da região. A família mostrou grande revolta e criticou a ação do 22º Batalhão, que atua na região. Moradores chamaram os policiais de “corja” e disseram que eles “tocam o terror” no aglomerado. A mãe do jovem morto, Zelita da Silva, 61 anos, admitiu que o filho era usuário de drogas e tinha ficha criminal.

Veja as imagens do aglomerado nesta terça-feira

A PM acompanhou todos os passos da comunidade que se mobilizou para acompanhar todas as homenagens. “Eles seguiram de ônibus, carros particulares e motos até o cemitério. Nós acompanhamos todos os atos e não teve nenhum problema”, explica o tenente-coronel Luiz José Francisco Filho, comandante do 22º Batalhão da Polícia Militar.

O clima dentro do aglomerado segue tranquilo. Porém, ainda não há previsão para os ônibus voltarem a circular na região. “O policiamento deve continuar nos próximos dias. Os ônibus ainda não vão poder subir. Estamos esperando o melhor momento para liberá-los”, afirma o tenente-coronel.

Versões para crime
Parentes do servente garantem que ele foi executado friamente com um tiro na cabeça por um sargento do Grupo Especializado em Patrulhamento de Áreas de Risco (Gepar). Os policiais envolvidos na ocorrência afirmam que a vítima estava armada, em companhia de três homens, e reagiu, sendo então atingida no peito. O sargento que atirou no jovem foi preso, assim como os outros policiais que participaram da incursão.

Logo após a morte do jovem, o clima de revolta tomou conta do aglomerado. Um ônibus foi queimado e os moradores enfrentaram a polícia com pedras. Os militares revidaram com bombas de efeito moral e tiros com bala de borracha.

Na madrugada desta terça-feira, mais um ônibus, este fretado pela empresa Saritur para levar trabalhadores à comunidade, também foi incendiado. Segundo a PM, homens armados montaram uma barricada com uma caçamba, invadiram o veículo, mandaram os passageiros descerem e atearam fogo. Um caminhão reboque foi acionado para retirar esse veículo, mas também foi alvo de ataques de moradores.

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