quinta-feira, 1 de novembro de 2012

SOU CONTRA. SEMPRE TRATARAM OS BRASILEIROS, COMO PESSOAS INDESEJADAS EM DETERMINADOS PAISES E ATÉ MESMO COMO TRABALHADORES PERIFÉRICOS. AGORA, QUE VIVEM UM CAOS ECONOMICO, TENTAM MIGRAR PARA CÁ. O GOVERNO BRASILEIRO DEVERIA SER MAIS FIRME NESTA QUESTÃO. . Trabalhador troca Europa pelo Brasil Taxa de desemprego na Zona do Euro atinge recorde de 11,6% e a brasileira cai para 10,9% em setembro. Concessão de vistos de trabalho para europeus no país aumenta até 38,5%

 SOU CONTRA. 
SEMPRE TRATARAM OS BRASILEIROS, COMO PESSOAS INDESEJADAS EM DETERMINADOS PAISES E ATÉ MESMO COMO TRABALHADORES PERIFÉRICOS. AGORA, QUE VIVEM UM CAOS ECONOMICO, TENTAM MIGRAR PARA CÁ. O GOVERNO BRASILEIRO DEVERIA SER MAIS FIRME NESTA QUESTÃO.

MARCAO CAVALCANTE


Trabalhador troca Europa pelo Brasil Taxa de desemprego na Zona do Euro atinge recorde de 11,6% e a brasileira cai para 10,9% em setembro. Concessão de vistos de trabalho para europeus no país aumenta até 38,5%
Paula Takahashi -
Publicação: 01/11/2012 06:00 Atualização: 01/11/2012 07:14

Com taxas de desemprego próximas, Brasil e países da Zona do Euro vivem realidades completamente distintas. Enquanto aqui o percentual de 10,9% de desocupados em setembro representa uma ligeira queda frente a agosto – quando fechou em 11,1% segundo dados da Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED) do Dieese – lá, o patamar de 11,6% registrado em setembro é o mais elevado desde 1995. O resultado é uma migração de mão de obra das nações mais afetadas pela crise econômica europeia em direção a mercados mais aquecidos e promissores. Entre as opções de destino está o Brasil, que aumenta mês a mês as concessões de visto de trabalho para estes profissionais e ajuda a amenizar a situação crítica vivida pelos 17 países que compõem a Zona do Euro.

“O que observamos a princípio foi uma tentativa de realocação de profissionais dentro do próprio continente”, explica o professor do Laboratório de Finanças da Fundação Instituto de Administração (FIA). “Uma vez que há esgotamento das oportunidades, essas pessoas têm optado pela migração para outros paísesm, principalmente para os Estados Unidos e América do Sul”, acrescenta o especialista.

Segundo dados do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), nos nove primeiros meses deste ano, o número de autorizações concedidas a europeus aumentou drasticamente. Somente para italianos, a elevação foi de 27,5%, chegando a 38,5% no caso de portugueses (veja quadro ao lado). Para se ter uma ideia, a concessão de vistos de trabalho aumentou apenas 5% entre os nove primeiros meses deste ano e o mesmo período do ano passado ao passar de 55,5 mil para 55 mil.

Não é por acaso que profissionais destas nacionalidades correm para conseguir autorização de trabalho no Brasil. Na Itália, a taxa de desemprego subiu 2 pontos percentuais nos últimos 12 meses, chegando ao nível de 10,8%. Em Portugal, já é de 15,7%. No total, 18,49 milhões de pessoas estavam desempregadas no bloco em setembro, 146 mil a mais que em agosto. Do volume total, 5,52 milhões são jovens com menos de 25 anos. Nesta faixa etária, a taxa de desemprego é ainda mais preocupante, chegando a 23,3%. Em países como Grécia e Espanha, os índices chegam a incríveis 55,6% e 54,2% dos jovens sem ocupação.

Para os 27 países da União Europeia, a taxa de desemprego ficou em 10,6% em setembro e o número de pessoas desempregadas alcançou 25,751 milhões, alta de 169 mil ante o mês de agosto. “Sem dúvida é um cenário preocupante e há poucas expectativas de melhoria dessas condições pelo menos até o segundo trimestre do ano que vem”, avalia Savoia. A alternativa poderia ser encontrada em uma nova rodada de estímulos para as empresas. “Mas não há uma saída rápida com resultados imediatos. Portanto, vamos ver a manutenção deste quadro no curto prazo”, prevê. O que fatalmente continuará influenciando a entrada de novos profissionais estrangeiros no mercado nacional.

Por aqui, o índice não está entre os mais baixos já registrados, mas a carência de mão de obra qualificada fatalmente abre espaço para profissionais preparados, como os que têm chegado de fora. O patamar de 10,9% em setembro foi puxado pelas regiões metropolitanas de São Paulo (11,3%), Salvador (19%), Recife (12,6%) e Distrito Federal (11,9%).

No limite


Na Grande BH, a taxa de 5,1% registrada em setembro está praticamente no limite do resultado esperado para a região. “Não há muito espaço para novas reduções e também não acreditamos em crescimento expressivo”, pondera Gabrielle Selani, coordenadora da PED da Região Metropolitana de Belo Horizonte pelo Dieese. “Atualmente temos um contingente de 121 mil pessoas desempregadas que deve se manter em relativa estabilidade já que há pessoas entrando e retornando ao mercado de trabalho o tempo todo”, acrescenta. O fato de o número de semanas de procura por trabalho chegar a 23 contra 27 em setembro de 2011 aumenta as perspectivas de ocupação no curto prazo.

A perspectiva é de que o patamar de 5% seja mantido até o fim do ano, mantendo a Grande BH como a capital com a menor taxa de desemprego do Brasil. Apesar da posição, a renda dos belohorizontinos ainda se mantêm distante em relação a de São Paulo, onde o número de desocupados é mais que duas vezes superior. Enquanto aqui a renda média é de R$ 1.394, na capital paulista chega a R$ 1.682. Ainda assim, os ganhos do trabalhador continuam em alta na Grande BH, ao subir 2,5% entre julho e agosto. No total, a Região Metropolitana de BH somou 2,248 milhões de trabalhadores, ganhando 41 mil empregados com carteira assinada.

Enquanto isso, mais temporários vão ser efetivados

Com o mercado de trabalho aquecido no fim do ano, as lojas que estão à procura de funcionários temporários para o período do Natal devem efetivar mais trabalhadores. Segundo pesquisa divulgada pela Federação do Comércio de Minas Gerais (Fecomércio Minas), a conversão de vagas temporárias em permanentes deve aumentar 12,5% em relação ao ano passado. Caso as vendas superem as expectativas, 54,4% dos empresários admitem a possibilidade de abrir mais postos de trabalho. O estudo mostra ainda que o número de contratações temporárias vai crescer entre 10% e 20% em relação ao ano passado.

Termo de rescisão é adiado para 2013

O ministro do Trabalho, Brizola Neto, determinou ontem o adiamento, por três meses, da entrada em vigor do novo termo de rescisão do contrato de trabalho, que começaria a valer hoje para todo o país. O motivo do segundo adiamento – agora o novo termo só será exigido a partir de 1º de fevereiro de 2013 – foi a baixa adesão das empresas ao novo formulário. Segundo dados repassados para o Ministério do Trabalho pela Caixa Econômica Federal a adesão das empresas ao novo formulário foi de apenas 41%, percentual considerado baixo pelo ministério. O antigo formulário de rescisão de contrato de trabalho terá validade até 31 de janeiro de 2013.

“Muitas empresas ainda não adotaram os novos formulários e não podemos correr o risco de que o trabalhador seja prejudicado no momento em que for requer o seguro-desemprego e o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço junto à Caixa Econômica Federal”, alertou o ministro. A transição para o novo modelo de formulário foi iniciada ainda no ano passado e era esperado um maior índice de uso do documento.

O novo termo, segundo o Ministério do Trabalho, permitirá que o trabalhador identifique, de forma mais clara, todas as verbas a que tem direito por ocasião da rescisão do contrato de trabalho. Do novo termo deverão constar todos os itens que compõem a remuneração mensal, constante do contracheque, até aquelas que são decorrentes da rescisão, como aviso prévio, 13º e férias proporcionais. (Vânia Cristino)

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