Eduardo Campos diz que cabe ao PT decidir se continua com administrações do PSB
Folhapress | 15h09 | 20.09.2013
Na administração Campos, o PT ocupa as secretarias de Transportes e Cultura
Dois dias após anunciar a entrega dos cargos que tem no governo federal, o presidente nacional do PSB, governador Eduardo Campos (PSB-PE), jogou para o PT a responsabilidade de decidir se continua nas administrações pessebistas nos Estados e nos municípios.Partido deve se reunir nesta sexta-feira (20) para definir se desembarca ou não do governo.Foro: Divulgação
"Essa é uma decisão que vai caber ao Partido dos Trabalhadores tomar. Respeitarei qualquer uma das decisões que ele venha a tomar", afirmou Campos nesta sexta-feira (20), após visitar um navio japonês que trouxe para o porto de Suape, em Ipojuca (PE), as primeiras prensas da fábrica da Fiat que está sendo construída no litoral norte do Estado.
Na administração Campos, o PT ocupa as secretarias de Transportes e Cultura. O partido deve se reunir nesta sexta-feira (20) para definir se desembarca ou não do governo. "Deixei claro que a posição nacional que nós tomamos não é uma posição verticalizada para todos os Estados", disse o governador.
Campos não deu detalhes sobre conversa com a presidente
Provável adversário de Dilma Rousseff nas eleições do ano que vem, Eduardo Campos não quis dar detalhes da conversa que teve com ela na quarta-feira e disse que aceitará ir a nova reunião com ela quando a presidente retornar de Nova York, na semana que vem. "Tantas vezes a presidenta da República do meu país quiser falar comigo, eu vou lá falar com ela. Tenho por ela muita atenção. Ela sabe disso", disse.
Questionado sobre se o pedido de Dilma para que Fernando Bezerra (PSB-PE) continue à frente do Ministério da Integração por mais uma semana tem caráter político --para mostrar ao PSB que não há hostilidade por parte da presidente--, Campos minimizou a questão. "Ela não esperava, como ela declarou, que houvesse essa posição que houve do PSB. Houve a posição do PSB, e ela precisa de um tempo para fazer as escolhas que ela vai ter que fazer. É tranquilo isso. Não tem nenhum problema", afirmou.
O governador deixou incerto qual será o futuro de Fernando Bezerra. Um dos integrantes preferidos do staff de Dilma, Bezerra já disse inúmeras vezes que quer disputar o governo de Pernambuco. No entanto, o ministro natural de Petrolina (PE) acumula uma série de frustrações políticas no PSB. Foi preterido em 2010, quando pretendia disputar o Senado e, em 2012, ano de eleições municipais, quando mudou seu domicílio eleitoral para o Recife.
Partido ainda não está discutindo 2014
Ao lado de um dos possíveis nomes pessebistas para a disputa em Pernambuco, o secretário da Casa Civil, Tadeu Alencar (PSB), Campos disse que o partido ainda não está discutindo 2014 porque depende de uma série de "variáveis" --que ele não detalhou. "O quadro aqui em Pernambuco tem uma relação direta com o que vai acontecer no quadro nacional por razões óbvias", afirmou. "Enquanto a gente não tiver muito claro como vai ser o jogo nacional, fica muito difícil para nós do PSB definirmos como que vai se dar o quadro aqui no Estado", disse o governador.
"Eu não posso me colocar uma meta de tomar uma decisão sobre um assunto quando eu não tenho as variáveis todas para tomar a decisão. E essas decisões não estão sob o nosso comando, meu comando. [...] A gente depende de uma série de decisões que vão ser tomadas por outros e que vão repercutir na nossa vida", disse o presidenciável.
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