domingo, 22 de julho de 2012

Lucro que vem brincando em buffets infantis. Pais cada vez mais ocupados transformam o entretenimento dos pequenos durante as férias em um ótimo negócio, com opções para todos os gostos, vagas disputadas e filas de espera

Lucro que vem brincando em buffets infantis. Pais cada vez mais ocupados transformam o entretenimento dos pequenos durante as férias em um ótimo negócio, com opções para todos os gostos, vagas disputadas e filas de espera
Marinella Castro -
Publicação: 22/07/2012 10:49Atualização:

Buffet infantil Abracadabra compensa o baixo movimento de festas em julho com as atividades da colônia de férias, que são diversão garantida para os pequenos (Alexandre Guzanche/EM)
Buffet infantil Abracadabra compensa o baixo movimento de festas em julho com as atividades da colônia de férias, que são diversão garantida para os pequenos

Tirar as crianças de casa para brincar durante as férias é um investimento extra para as famílias, mas os pais têm incluído de bom grado a colônia de férias na fatura do mês, movimentando um novo mercado. A demanda dos pequenos que não pegaram a estrada e querem correr e pintar no tempo livre foi rapidamente sentida pelo setor de entretenimento e cultura. As colônias de férias estão se tornando negócio interessante para as empresas e garantem movimento ao caixa durante as férias, época em que os clientes costumam sumir do mapa. Pagando diárias que variam de R$ 30 a R$ 55 ou pacotes semanais que podem chegar a R$ 400, as famílias dizem que o investimento para entreter e gastar as energias dos pequenos compensa.

Em Belo Horizonte, as atividades tradicionalmente promovidas pelos clubes estão ganhando espaço também em museus, livrarias e nos buffets de festa infantil – que abrem as portas diariamente durante as férias. Quem levou a sério a brincadeira, investindo em oficinas e diversão de qualidade, está trabalhando com lista de espera ou vai ter de ampliar a oferta de vagas na próxima temporada. A demanda crescente do mercado atinge desde negócios de grande porte até espaços menores.

Há dois anos, as sócias Cristiane Melgaço e Luciana Santiago inauguraram a livraria Corre Cutia. Para fazer frente ao movimento, que é menor durante as férias, elas tiveram a ideia de montar a colônia oferecendo oficinas de artes, jardinagem, culinária e brincadeiras de antigamente. Os valores são cobrados como diárias para dar maior flexibilidade às famílias. “A colônia movimenta a livraria nas férias, além de ser uma ótima maneira de divulgar o espaço para novos clientes”, conta Cristiane. Segundo ela, as turmas estão cheias e as vagas vão sendo abertas a partir de uma fila de espera.

Experiente no setor, o Minas Tênis Clube promove o modelo de diversão há três décadas, mas nos três últimos anos, segundo o coordenador de recreação, Carlos Roberto de Resende, o movimento deu um salto. São 250 crianças atendidas por semana e, mesmo assim, a capacidade máxima costuma não atender toda a demanda. “No próximo ano, estudamos ampliar o número de turmas.” Em horário integral, com preços variando entre R$ 305 e R$ 396,50, a atividade se traduz em lazer para queimar as energias até mesmo do menino mais agitado. “Acho que os investimentos feitos na colônia chamaram a atenção, mas existe também uma demanda dos pais que trabalham e precisam ter uma atividade para os filhos”, diz Resende.

O negócios se tornou opção também para os buffets infantis, que abrem as portas para a meninada brincar durante a tarde, cobrando por dia. Junior Cadabra, proprietário do Buffet Abracadabra diz que a colônia se tornou um negócio paralelo, uma boa opção para movimentar o mês, que tem menor número de festas. “A colônia é um negócio que acaba sendo bom para todos. As crianças se divertem e os pais que não viajam podem contar com a atividade.”

O advogado Renato Gomes, pai de Vitória e Pedro e também tio de Ana, gostou da opção infantil. “O investimento compensa, é uma ocupação para as crianças.” O empresário Márcio Nunes considera que Belo Horizonte não é forte em atrações para as crianças e que as colônias de férias ocupam bem esse espaço.

De piscinada a recital de poesia, o Clube Olympico também retomou sua colônia de férias. Ana Paula Pinheiro, coordenadora de marketing, conta que a programação é estruturada para responder à demanda das crianças, que em sua maioria moram em apartamentos e não têm como extrapolar em um espaço restrito. “Antes mesmo das férias, já começamos a receber pedidos dos pais.”

BEM NATURAL E o que você diria de fazer uma trilha na mata, plantar um pequeno jardim, cultivar uma horta de ervas aromáticas, brincar de esconde-esconde, plantar uma árvore e ainda participar de recreação com animais pré-históricos? A colônia do Museu de História Natural e Jardim Botânico da UFMG é uma iniciativa de sucesso. Atendendo 500 crianças por semana, a colônia que começou há dois anos rapidamente atingiu o limite máximo de participantes e opera com fila de espera.

Márcia Maria dos Santos, coordenadora do Centro de Extensão do Museu, diz que as crianças que não participaram da atividade este ano poderão experimentar em janeiro o gostinho de passar um dia no museu. Isso porque, a partir de terça-feira, o espaço no Horto Florestal vai oferecer uma atividade um pouco diferente, com oficinas para toda a família. “A busca pela colônia é imensa, é um lazer qualificado. Mas precisamos atender a todos, também às famílias que não podem arcar com os custos da atividade. As oficinas são boa oportunidade para pais e filhos se divertirem juntos a um custo simbólico”, apontou.

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