sexta-feira, 27 de julho de 2012

Professores da UFMG rejeitam proposta do governo e greve continua na universidade. Principal ponto questionado diz respeito à reestruturação da carreira

Professores da UFMG rejeitam proposta do governo e greve continua na universidade. Principal ponto questionado diz respeito à reestruturação da carreira

Emerson Campos
Publicação: 27/07/2012 19:46 Atualização: 27/07/2012 19:58
Em assembleia realizada na tarde desta sexta-feira, os professores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) decidiram, mais uma vez, recusar a proposta apresentada pelo Ministério do Planejamento. Com isso segue a greve na instituição, que já dura 38 dias. Entre os 116 docentes presentes, a ampla maioria votou contra o reajuste – foram apenas quatro posicionamentos favoráveis e cinco abstenções.


De acordo com o Prof. José de Siqueira, 1º vice-presidente do Sindicato dos Professores de Universidades Federais de Belo Horizonte e Montes Claros (APUBH), o principal obstáculo para o fim da greve é a inexistência de uma proposta coerente do governo para estruturar a carreira. "O governo disse que está reestruturando, no entanto, não existe uma lógica na proposta como existiu no decreto que instituiu a carreira, em 1987", alertou Siqueira, referindo-se ao Plano Único de Carreiras, Retribuição, Cargos e Empregos (PUCRCE), criado pelo Decreto n° 94.664, de 23/07/1987.

Durante a reunião desta sexta-feira, os docentes elaboraram uma contraproposta que será enviada para o Comando Nacional de Greve (CNG) e, se aprovada, deve ser apresentada na próxima reunião dos grevistas com o governo, no dia 01 de agosto.

O documento elaborado pelo APUBH, que não é filiado ao Andes ou à Proifes (maiores representações da categoria no país), traz, entre outras reivindicações, a exigência da definição do vencimento básico dos professores pela classe, nível, regime de trabalho e titulação, conforme previsto na PUCRCE; e a correção dos salário a partir de janeiro de 2013 e não março, como proposto pelo Ministério do Planejamento.

"Estamos confiantes de que o governo vai entender que nos interessa uma reestruturação de carreira e não uma tabela com com valores e percentuais, que são muito significativos, mas que perdem o sentido diante do futuro da universidade", pontuou Siqueira, que ainda lembrou da dificuldade de se negociar com o pasta do Planejamento e não diretamente com o Ministério da Educação: "atrapalha a conversa com relação à carreira".

Uma nova assembleia foi marcada pelos docentes da UFMG para a próxima sexta-feira, 03 de agosto, quando será debatido o resultado da reunião entre o CNG e o governo, agendada para a próxima quarta-feira.

Nova oferta do governo
A nova proposta aumenta o reajuste mínimo oferecido aos docentes de 12% para 25% e mantém o reajuste máximo, para os professores no auge da carreira, em 40%. Além disso, também foi garantido o aumento de 4% concedido através de uma Medida Provisória publicada recentemente.

Outra mudança diz respeito ao início do reajuste, que seria concedido a partir de março de 2013 e não mais julho, como proposto anteriormente pelo governo. A reivindicação dos grevistas é de que o aumento já passe a vigorar em janeiro. Os novos valores representam um impacto de mais R$ 300 milhões no orçamento do governo, que já iria investir R$ 3,9 bilhões. Leia mais.

Greve em Minas Gerais


Estão paradas no estado, além da UFMG, o CEFET-MG; as universidades UFV, UFU, UFVJM, UFOP, UFJF, UFTM, UFLA, UFSJ, UNIFAL; e os institutos IFSMG, IFMG, IFNMG, IFSULMG e IFTM.

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