sábado, 14 de julho de 2012

Distimia: Quando o mau humor vira doença


Distimia: Quando o mau humor vira doença

Publicação: 13/07/2012 15:47 Atualização: 13/07/2012 15:56
 (Arte EM)
Anna Kátia Cavalcanti - Associados PE 

Mau humor é algo que incomoda. Não é fácil conviver com alguém que se irrita por tudo, está sempre reclamando da vida e que enxerga apenas o lado negativo das coisas. Mas você sabia que toda essa rabugice pode ser sintoma de uma patologia? A chamada distimia, a chamada doença do mau humor.

Sentir irritação de vez em quando é normal. Há diversas situações no dia a dia que provocam estresse e desânimo – para quem enfrenta o caos do trânsito, ele costuma ser um dos fatores de maior tensão cotidiana. O problema se instala quando esses sentimentos viram uma constante.

Rotulados por vezes como melancólicos ou pessimistas, os distímicos apresentam mau humor durante a maior parte do dia, durante meses ou anos e sem nenhum motivo aparente, o que acaba afastando as outras pessoas. Então, quando o baixo astral começa a atrapalhar o funcionamento da vida, é hora de procurar ajuda médica.

O psicólogo Cristiano Soares explica que distimia está descrita atualmente como um transtorno de humor (afetivo), que pode ser caracterizada como uma depressão leve e crônica. “O indivíduo distímico encontra-se sempre com o humor deprimido”, esclarece. 

A doença, que afeta três vezes mais mulheres do que homens, se diferencia da depressão grave por não paralisar o indivíduo. O distímico continua tocando a vida, porém está sempre reclamando. Mais que isso, ele acredita que sua vida é de extrema morosidade e lhe faltam perspectivas positivas.

Os principais sintomas da distimia são a dificuldade em sentir prazer em atividades rotineiras, sensação de falta de energia, alterações no sono e no apetite, insatisfação constante, preocupação excessiva, negativismo. Todos esses sinais acabam provocando o isolamento social, queda no desempenho profissional e escolar, além de problemas familiares, abuso de drogas e alcoolismo.

Segundo Cristiano, é comum a doença se manifestar tanto na fase final da adolescência quanto de forma tardia. “Não existe uma situação específica que possa desencadear o transtorno. Em determinados casos, a distimia pode estar associada à um estresse ou à perdas com reação depressiva maior que dois anos”, explica o psicólogo.

É importante que parentes e amigos fiquem atentos aos sintomas. O distímico raramente procura ajuda médica por acreditar que tanta melancolia seja um traço natural da sua personalidade.

Mas o mau humor patológico não precisa ser eterno. O tratamento é feito com a ajuda de medicamentos antidepressivos e psicoterapia, variando de acordo com o paciente. Há casos em que existe a possibilidade de cura, e em outros o tratamento deve ser constante e sem previsão de término. “O acompanhamento de um psicólogo é necessário, bem como a consulta a um psiquiatra. Os dois profissionais atuam juntos em prol do paciente”, diz Cristiano.

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