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Classe D vai girar R$ 409 bilhões
Com rendimento em alta e crédito farto, as famílias com ganho mensal até R$ 958 compram mais bens duráveis
Antonio Timóteo
Publicação: 15/10/2012 07:15
Atualização:
Ninguém tem mais dúvidas hoje no país sobre a importância econômica
da classe C. A novidade é a classe D, novo foco das empresas
interessadas em expandir seus negócios. Em 2011, esse grupo de
consumidores movimentou R$ 363,3 bilhões na economia, devendo neste ano
ampliar essa presença para R$ 409 bilhões, segundo pesquisas do
Instituto Data Popular e da Whirpool, fabricante de eletrodomésticos.
Na
avaliação do sócio-diretor do Instituto Data Popular Renato Meirelles, a
elevação dos níveis de consumo da classe D está associada ao
crescimento da renda média dos brasileiros nos últimos anos. Como a
massa salarial dos mais pobres aumentou proporcionalmente mais que a dos
ricos, pessoas que antes não tinham sequer geladeira ou fogão passaram a
incluir esses produtos na lista de compras.
Dados da Whirpool
mostram que em 2002 apenas 64% dos lares da classe D tinham um
televisor, 70% uma geladeira, e só 10% um celular. Em 2012 a realidade
mudou e a presença da TV subiu para 97%, da geladeira para 96% e a do
celular para 86%.
Segundo Meirelles, os clientes dessa faixa de
rendimentos são exigentes na hora de ir às compras. Eles fazem pesquisas
de preços, baseadas na divulgação boca a boca e em marcas famosas que
são padrão de referência. Como eles têm o dinheiro contado, não podem
ser surpreendidos com produtos de baixa qualidade. Além disso, os
varejistas passaram a abrir lojas nas regiões em que integrantes da
classe D costumam morar, para facilitar a divulgação”, explica.
Apesar
do peso conquistado no mercado, a classe D tende a diminuir nos
próximos anos porque o ritmo de crescimento de renda continua acelerado e
esse extrato ascenderá socialmente. “As empresas que souberem se
relacionar com esse público terão mais chance de dar certo no mercado e
conquistar esses consumidores”, completa o diretor do Data Popular.
O
professor de economia de empresas do Instituto de Ensino e Pesquisa
(Insper) Otto Nogame ressalta que, mesmo com a disposição de ir às
compras, parte dos gastos da classe D é com alimentação e transportes.
Na opinião do especialista, só após atender as necessidades básicas
esses brasileiros pensam em adquirir produtos de linha branca ou de
higiene pessoal. “Há grande preocupação com a estética, sobretudo entre
as mulheres. O creme para pele, que antes era luxo, ganhou espaço nos
gastos”, destaca.
Bom pagador Além de exigentes
quem tem renda média familiar de até R$ 958 mantém as contas em dia.
Segundo o sócio da consultoria de varejo e planejamento Neocom
Informação Aplicada Alexandre Ayres, a condição de bom pagador é
predominante porque somente via acesso ao crédito esse tipo de
consumidor consegue satisfazer o desejo de ter uma máquina de lavar ou
uma televisão em casa. Ayres afirma também que os programas de
transferência de renda e promoção social conduzidos pelo governo foram
fundamentais para reforçar o orçamento dessas famílias. “Boa parcela
desses benefícios estão concentrados no Norte e Nordeste, regiões onde
essas classes são representativas”, observa.
Transformação nas casas
A
avidez da classe D por consumir produtos de qualidade transformou os
seus lares. Na cozinha da dona de casa Maria Sueli Araújo Rodrigues, 42
anos, é possível ver uma geladeira nova, forno elétrico e sanduicheira
recém-comprados, além de uma máquina de lavar com menos de dois meses de
uso. Ela mora em uma casa alugada com três filhos e o marido. A renda
fixa da família, de R$ 700, é fruto do trabalho do filho de 21 anos, mas
o esposo, que é pedreiro, faz bicos mensais para incrementar os ganhos.
“Com a máquina de lavar, a roupa do marido, que chega muito suja, fica
limpinha. Agora, quero comprar um sofá e camas para os quartos e trocar a
televisão”, conta.
O casal Raimundo Nonato Bandeira Braz, 38, e
Graziela Bandeira Braz, 36, começou a trocar os eletrodomésticos de
casa, após quitar todas prestações dos móveis comprados para o quarto da
filha Maria Eduarda, de dois meses. “Ganho R$ 1,6 mil como sushiman e
sempre faço as compras parceladas, para que as prestações caibam no
bolso”, diz Raimundo Nonato (AT)
Marco Cavalcante. Pai , Filho, Administrador de Empresas por Formação e Professor, Cristão, acredita e confia em Deus e nos homens de boa fé. Ama BH, MINAS E BRASIL de forma impar. Atuante nas áreas sociais,tem sua luta diaria em prol da saúde, educação,cultura, transporte,trânsito e segurança pública de qualidade para todos. Acreditamos na transparência pública e na participação popular para a Mudança, de Minas Gerais e do Brasil na busca cotidiana de um mundo melhor! Fazer o bem, faz bem!
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