segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Músicos de metrô de importantes cidades do mundo se apresentam em São Paulo

Músicos de metrô de importantes cidades do mundo se apresentam em São Paulo

Agência Brasil
Publicação: 22/10/2012 18:59 Atualização:
Como costuma fazer todos dias, o consultor imobiliário Marcos Ferreira, de 21 anos, caminhava apressado pelos corredores da Estação República, do metrô paulistano, para ir ao trabalho no início da tarde desta segunda. “Normalmente, o metrô é só um lugar de passagem”, disse. Até o próximo dia 27, no entanto, a correria cotidiana do metrô será interrompida pela música produzida por artistas de rua do Brasil e de mais sete países. “Tinha acabado de sair de um trem lotado e fui atraído pela melodia”, declarou. Era a apresentação de chorinho do grupo Trio Labuta, de São Paulo.

A segunda edição do Festival Internacional de Músicos de Metrô traz, 19 atrações de Barcelona, Londres, Montreal, Moscou, Nova York e Paris, além de músicos paulistanos. Eles vão se apresentar nas principais estações da capital paulista em dois turnos: das 12h às 14h e das 16h às 18h. “Muda o dia ver uma apresentação assim, principalmente porque a gente vive no estresse. Vale a pena parar uns minutinhos. Acho que não vou me atrasar”, disse Ferreira, conferindo as horas.

A família da operadora de caixa Valéria Cristina Vieira, de 30 anos, também deu uma parada nas atividades do dia para ouvir a música do grupo. “Estávamos só de passagem”, disse ao lado da mãe e do sobrinho. Valéria, que aproveita o dia de folga, reconhece que seria difícil parar para escutar a música se estivesse a caminho do trabalho. “Só passo correndo por aqui”, declarou. Apesar disso, ela acredita que momentos assim ajudam a aliviar o dia a dia estressante da metrópole.

O casal Renato Dietrich, de 65 anos, e Maria das Graças Soares, de 57 anos, de férias na capital paulista, aprovou a ideia de transformar as estações do metrô em palco para apresentações musicais. “Viemos nos guiando pelo som e tivemos essa boa surpresa”, disse Maria das Graças, que é bióloga. “Ter música no metrô é muito interessante, porque atrai diferentes públicos”, declarou Renato.

Para o músico Thiago Martins Branduliz, de 27 anos, do grupo Trio Labuta, a música em locais de grande circulação é uma experiência diferente também para quem se apresenta. “É uma audição seletiva. As pessoas escolhem parar para ouvir a música que estamos fazendo. É como fazer um pão fresquinho e vender no dia. Para tocar em alguns lugares, a gente precisa esperar até três meses. Na rua, o que a gente produz já é apresentado ao público”, ressaltou. Thiago, que toca flauta e sax, disse que fez a opção de viver somente de música há cerca de três anos.

O Trio Labuta está junto há um ano e prioriza as apresentações em espaços públicos. “Tocamos também em alguns restaurantes, mas queremos levar a música para o cotidiano das pessoas”, disse o violonista do grupo Eduardo Falcão, de 30 anos. Apesar das dificuldades de estar na rua, com pouco retorno financeiro, ele aposta que existem outras formas de recompensar o trabalho. “Tem uma interação com as pessoas. Essa é a maior moeda”, declarou.

As apresentações no metrô ocorrem com os mesmos recursos que os músicos utilizam normalmente: amplificadores de até 60 watts ou baterias elétricas, sem o uso de qualquer fonte de energia elétrica, de acordo com a organização. No final da tarde de hoje, será a vez do grupo The Eastwind, na Estação República.

Para encerrar a semana, todos os músicos do festival irão se apresenta na Praça Victor Civita, que fica ao lado da Estação Pinheiros da Linha Amarela, neste sábado (27), a partir das 17h.

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