domingo, 27 de maio de 2012

DEVERIAMOS TER UM ACOMPANHAMENTO AS VITIMAS DESTES INSANOS E UM RIGOR MAIOR NA LEI CONTRA ESTES ACUSADOS. MARCAO CAVALCANTE. Falta atendimento psicológico especializado às vítimas de abuso sexual em BH



DEVERIAMOS TER UM ACOMPANHAMENTO AS VITIMAS DESTES INSANOS E UM RIGOR MAIOR NA LEI CONTRA ESTES ACUSADOS.
Falta atendimento psicológico especializado às vítimas de abuso sexual em BHRede pública de saúde não oferece tratamento específico a vítimas de violência sexual. Segundo especialistas, traumas são graves e podem nunca ser superados

Publicação: 18/05/2012 00:00 Atualização: 18/05/2012 10:23
Cassandra Mendonça lamenta que o Cavas não possa atender número maior de vítimas (Daniel Silveira/EM/D.A.Press)
Cassandra Mendonça lamenta que o Cavas não possa atender número maior de vítimas
Medo, reclusão, dificuldade no convívio social e afetivo são alguns dos reflexos provocados em uma criança ou adolescente vítima de abuso sexual. O trauma, garantem os especialistas, é imenso e pode nunca se apagar da memória. Garantir o tratamento especializado às crianças e aos adolescentes em situação de violência sexual consumada é um dos objetivos traçados pelo Plano Nacional de Enfrentamento ao Abuso Sexual Infanto-Juvenil. Entretanto, a rede pública de saúde em Belo Horizonte não oferece tratamento psicológico a estas vítimas. Apenas o Projeto Cavas – Crianças e Adolescentes Vítimas de Abuso Sexual, da Universidade Federal de Minas Gerais oferece acompanhamento clínico a este público. Porém, o serviço não é divulgado, porque a instituição não tem como atender à demanda.


O Cavas atende, em média, 40 crianças e adolescentes por mês. Só são atendidas pelo projeto as vítimas cujo caso de agressão já foi alvo de julgamento por parte do Tribunal de Justiça de Minas Gerais. O encaminhamento é feito pelo Juizado da Infância e da Juventude. “Infelizmente, não temos a menor condição de ampliar o atendimento”, lamenta Cassandra França, pós-doutorada em psicologia clínica e coordenadora do projeto. Ela conta que a criação do Cavas, ocorrida em 2005, foi motivada pelo surgimento de casos graves relacionados à violência sexual infanto-juvenil na clínica de psicologia da universidade.



“O primeiro caso emblemático foi de uma mãe que tinha seis filhos e todos eram abusados pelo pai. Quando soube, ela saiu de casa com os filhos e denunciou o marido. Depois de um tempo ela nos procurou novamente dizendo que preferia ficar com o marido e que decidiu oferecer os seis filhos à adoção. E assim o fez”, relata Cassandra. A partir de então ela idealizou o Cavas, que conta com a atuação de estudantes da graduação e da pós-graduação da universidade.

O projeto atua em três frentes: a clínica, a pesquisa científica e a capacitação de profissionais. Na primeira é oferecido o tratamento psicológico às vítimas. A outra subsidia uma série de pesquisas acadêmicas que resultam na publicação de teses e artigos sobre o fenômeno da violência sexual contra crianças e adolescentes. A última oferece cursos de aperfeiçoamento ou atualização de profissionais da área para atuação nos casos.

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