Projeto coletivo instalado no Edifício JK, Operação Sonia Silk está com três filmes independentes programados
Filmes devem estrear ainda este ano nos cinemas e na televisão
Thaís Pacheco - Estado de Minas
A diretora de arte do projeto, Luísa Horta, também é de BH, então estão quase todos em casa. Com planos de lançar os filmes no segundo semestre, a ideia da turma é, de alguma maneira, tentar um novo modelo de produção industrial. Não nos moldes dos grandes estúdios que o Brasil já teve, como a Vera Cruz, mas do ponto de vista experimental. “Não com característica de indústria, muito dinheiro e estúdios. Mas de algo que já se fez no país, com o objetivo de conversar com essa tradição de cinema experimental. Algo como o Ciclo de Cataguases e do Recife, e o grande capítulo dessa história, que é a Belair” explica Safadi.
A Belair, produtora de Júlio Bressane e Rogério Sganzerla, produziu Copacabana, mon amour, comédia em que a personagem protagonista se chama Sonia Silk. “Trabalhei muito com Bressane, fiz um filme sobre a Belair e a gente tem muito interesse nesse universo. Queremos rever essas tentativas de produções experimentais, manter a tradição e, ao mesmo tempo, renovar, para colocá-la para frente”, diz Bruno. Para alcançar o objetivo de refletir sobre como fazer cinema e pensar alternativas para além de leis de incentivo, eles se reuniram. De um lado, Ricardo e Luiz Pretti e Guto Parente e seus parceiros; do outro, as produtoras de Leandra Leal, Daza Cultural e do próprio Bruno. O Canal Brasil também entrou com patrocínio e comprou os filmes para exibir na TV e cinemas e distribuir em DVD.
Dinheiro bom “É outro tipo de realização independente, que chamamos de dinheiro bom, por não ser dinheiro incentivado nem público. É dinheiro privado e isso é muito legal. Gera uma luz para novos caminhos na realização cinematográfica. E isso traz muita força para a operação”, conta Bruno Safadi. A ideia é lançar os três filmes ao mesmo tempo. “Vamos fazer disso um acontecimento, mas antes das salas comerciais queremos participar de festivais nacionais e internacionais. Vamos ver as possibilidades. Assim que os filmes estiverem prontos, vamos mostrar. Tenho a impressão de que já há uma curiosidade muito grande sobre eles. Temos atrizes maravilhosas e pessoas no elenco e produção que causam muita curiosidade”, diz o diretor carioca, em temporada no JK.
Os três filmes da Operação Sonia Silk são O uivo da gaita, que discute o conceito da modernidade líquida e como ela se apresenta em um triângulo amoroso; Éden, que teve seu projeto premiado em 2011 no Cine BH e discute a salvação (ou não) pela Igreja Evangélica; e um documentário sobre esse processo,Metamancia. O neologismo vem de uma brincadeira com as etimologias de meta, “reflexão crítica sobre”, e mancia “adivinhação”. É esperar para ver.
|
Nenhum comentário:
Postar um comentário