sábado, 13 de outubro de 2012

Cachaças e vinhos ganham espaço no Mercado Central da capital Cachaçarias e lojas de vinhos investem e se multiplicam no mercado de BH, onde superam em número as barracas de verduras e casas de produtos para feijoada

Cachaças e vinhos ganham espaço no Mercado Central da capital Cachaçarias e lojas de vinhos investem e se multiplicam no mercado de BH, onde superam em número as barracas de verduras e casas de produtos para feijoada

Carolina Mansur
Pedro Rocha Franco -
Publicação: 13/10/2012 08:00 Atualização: 13/10/2012 08:12

Estudante de Viçosa, a amazonense Larysse Guimarães experimenta cachaça no mercado da capital (Jair Amaral/EM)
Estudante de Viçosa, a amazonense Larysse Guimarães experimenta cachaça no mercado da capital
Tradicional palco de encontro dos belo-horizontinos, ele tem entre seus principais integrantes a cerveja gelada acompanhada de fígado acebolado com jiló. Um prato simples e cheio de tradições – bem ao estilo Mercado Central. Mas, ali mesmo, outros produtos um pouco mais sofisticados dão as caras. Queijos, azeitonas, bacalhau e salames compõem o pacote de variedades e, para acompanhar o requinte desses itens, lojas de bebidas se repaginam e fazem altos investimentos para atrair esses consumidores. De vinhos importados a cachaças artesanais, lojas especializadas abrem as portas, obrigam concorrentes a se modernizar e transformam o mercado num verdadeiro palácio das bebidas.

Com a abertura de novas lojas de bebidas, esse ramo de atividade está entre os principais do mercado, com nove empreendimentos, superando as famosas casas de produtos para feijoada, bancas de verduras, casas de frios e defumados e artigos para festas. De olho na proximidade da Copa das Confederações e da Copa’2014, a mudança das tradicionais distribuidoras com suas prateleiras de vidros para lojas estilizadas teve início em meados do ano passado, com a abertura da Cachaçaria Cobiçada.

Num investimento de R$ 150 mil, o empresário Lucimar Pinto decidiu manter o padrão dos estandes da empresa em shoppings e feiras e uma gama de produtos próprios fabricados em Itabirito, Região Central. “A ideia era ter uma loja diferente no Mercado Central. Afinal, não existe ponto melhor para divulgar a marca que aqui, mas não podíamos ficar no mesmo padrão dos demais”, afirma o empresário. O resultado imediato foi que os concorrentes, ao verem o novo espaço, decidiram também se remodelar seus ambientes. “Mercado é mercado, mas por que não deixar de ser um mero expositor para se tornar um ambiente agradável”, observa Pinto.

Mas, apesar de ser a preferida, a cachaça não é a única bebida presente no Mercado Central. Com investimento da ordem de R$ 130 mil, a Casa Rio Verde, importadora de bebidas com foco nos vinhos, viu no espaço, com 1,2 milhão de visitantes mensais, a oportunidade de levar o negócio para outra área da cidade. Aberta há uma semana, a loja tem 42 metros quadrados. “O mix da importadora é centrado em vinhos que expressem as características específicas de sua terra natal”, diz o gerente de importação da Casa Rio Verde, Haendel Roberto. “Por entendermos que devemos aproveitar o espaço que é democrático e atender as demandas de todos os públicos, não vamos deixar faltar produtos que tenham a cara de Minas”, acrescenta.

ESTRATÉGIA Roberto lembra ainda que, embora haja um grande potencial turístico no mercado, esse não foi o principal motivador para abrir a nova loja no local. “Não estamos buscando o turista, e sim o belo-horizontino, como forma de descentralizar o nosso negócio”, afirma. É exatamente na procura por público que a Casa Rio Verde e outras lojas de vinhos se diferem das cachaçarias. Enquanto as primeiras são voltadas para os belo-horizontinos, as demais são focadas nos turistas. Os visitantes representam entre 70% e 90% das vendas. Na Casa Morena, loja própria da Cachaçaria Serra Morena, eles são a maioria. “Apesar da gama diferenciada de pessoas, a cachaça é um produto mais procurado por quem vem de fora e quer levar um presente”, afirma a gerente-geral do grupo Serra Morena, Joelma Augusta Correia.

Em visita ao mercado, a estudante da Universidade Federal de Viçosa Larysse Guimarães, nascida em Manaus, aproveitou para apresentar a cachaça à mãe e, claro, comprar uns presentes para enviar para amigos e familiares amazonenses. “Lá em Viçosa, por ser uma cidade universitária, bebemos muita cachaça”, explica Larysse.

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