quarta-feira, 28 de março de 2012

GOVERNOS FEDERAL E ESTADUAL, NECESSITAMOS QUE VEJAM E MAIS DE ACOES PARA ACABAR COM ESTES ABSURDOS QUE TORNARAM SE NOSSAS ESTRADAS. VARIAS SAO AS VIDAS PERDIDAS POR FALHAS NAS ESTRADAS, POUCA VISIBILIDADE E CONSERVACAO. ALEM DE IMPRUDENCIA DOS MOTORISTAS NAS MESMAS. PRECISAMOS DE MAIS ATUACAO DA POLICIA RODOVIARIA.

GOVERNOS FEDERAL E ESTADUAL, NECESSITAMOS QUE VEJAM E MAIS DE ACOES PARA ACABAR COM ESTES ABSURDOS QUE TORNARAM SE NOSSAS ESTRADAS. VARIAS SAO AS VIDAS PERDIDAS POR FALHAS NAS ESTRADAS, POUCA VISIBILIDADE E CONSERVACAO. ALEM DE IMPRUDENCIA DOS MOTORISTAS NAS MESMAS. PRECISAMOS DE MAIS ATUACAO DA POLICIA RODOVIARIA.


MARCO MARCAO CAVALCANTE

Herança das chuvas ameaça vir abaixo Perto do fim da temporada das águas, barrancos ainda representam risco em vários pontos da Grande BH, especialmente às margens de estradas. Na Zona Sul, túnel interditado continua como monumento ao abandono
Publicação: 28/03/2012 06:00 Atualização: 28/03/2012 06:49
A MG-30, em Nova Lima, porção Sul da região metropolitana: apesar de trechos em obras, vários pontos ainda estão sob ameaça. Em vez de intervenções, alguns locais ganharam placas (Juarez Rodrigues/EM/DA Press)
A MG-30, em Nova Lima, porção Sul da região metropolitana: apesar de trechos em obras, vários pontos ainda estão sob ameaça. Em vez de intervenções, alguns locais ganharam placas

Já sem as sombras das nuvens mais pesadas que trouxeram as duras tempestades de verão, as marcas da água ainda ameaçam mineiros. Além dos buracos espalhados pelo asfalto de ruas e avenidas de Belo Horizonte e região metropolitana, há o perigo das encostas que ameaçam deslizar. Na BR-356, na MG-030 e no Anel Rodoviário, o Estado de Minas encontrou pontos críticos que imploram por providências. Em um deles, no Bairro Palmeiras, operários a serviço do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) chegaram esta semana para tentar conter a barreira que assombra trecho do Anel. Já a BR-356 e a MG-030, assim como várias outras rodovias espalhadas pelo estado, seguem entregues à própria sorte.

Paulo Moisés Lima, de 30 anos, critica o descaso com o Anel Rodoviário. Morando às margens da rodovia, no Bairro Palmares, o jardineiro diz que a ação do Dnit é a mesma de todos os anos, no fim da temporada de chuvas. "Eles limpam só a estrada. Dizem que é o papel deles. O problema mesmo ninguém resolve. Olhe só as casinhas lá em cima. Os próprios moradores colocaram lona para tentar segurar o barranco. Não adianta. Só quando tiver um acidente grave é que alguém vai tomar alguma providência."

Leandro Pires, de 28, conta que na madrugada de segunda-feira houve um deslizamento e o entulho quase chegou ao asfalto. O frentista conta que a avó, de 80 anos, tem muito medo de a encosta cair. Mas acrescenta que na última temporada de chuvas nem foram ouvidos pela Defesa Civil, "ocupada demais com casos mais graves". Como o vizinho Paulo, Leandro considera que a "limpeza" que o Dnit começou não dá conta dos problemas reais. "Não adianta varrer aqui embaixo. O problema está lá em cima. Está tudo para cair."

calvário em nova lima Na MG-030, em curva próximo à entrada do Vale dos Cristais, em Nova Lima, uma placa indica o perigo de deslizamento, denunciado pelo Estado de Minas há mais de uma semana. Eduardo Freitas, de 32, morador de Rio Acima, conhece bem a pista sinuosa que enfrenta, diariamente, para sustentar a família. "Isso aqui é um perigo. Mais uma chuva forte e vai ser difícil a terra não descer para a estrada. Ainda tem os problemas de engarrafamento e insegurança, que a gente tem com aquele pedaço que está interditado."

O motorista se refere ao km 14, em obras, onde congestionamentos nos horários de maior movimento andam tirando a paciência dos motoristas. E justamente em frente aos tapumes que cercam o trabalho de recuperação da pista outra encosta já representa ameaça. Ali, já é possível ver raízes secas no barranco, bem à beira da estradinha improvisada para receber o tráfego em duas mãos.

UM OUTRO TÚNEL Para quem segue rumo a Belo Horizonte, poucos quilômetros depois, na chamada curva do Ponteio, na BR-356, rastros da combinação que destrói: a força das águas e a má conservação. Sacos de areia interditam o caminho, delimitando a área da ameaça que já se concretizou. Ao lado do túnel bloqueado, destroços da passarela evidenciam outra escavação no barranco muito mais assustadora: a cratera aberta pelo mau tempo.

Leonardo Soares, de 35, considera "uma vergonha" a situação do túnel. "Assim como o Viaduto São Francisco, no Anel Rodoviário. Os impostos o governo quer em dia, mas não cumpre suas obrigações", diz. Há metros do túnel esquecido, à margem da movimentada rodovia, mais barro, pedras, galhos e raízes mortas invadem o acostamento. É outra encosta transformada em ameaça. No meio do entulho, a placa com triângulo invertido indica: "Dê preferência". Qual preferência? Resta saber.

Problemas na origem das obras

Quando um barranco corre o risco de desabar à margem de uma rodovia, é sinal de que "alguma coisa foi mal analisada" nas etapas de construção e manutenção da estrada. A avaliação é da especialista em geologia de engenharia Maria Giovana Parizzi, professora da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Antes de a obra ser iniciada, é preciso analisar as características do terreno. "Você modifica o relevo local para abrir uma rodovia. Alguns tipos de solo são pouco coesos e não aguentam a nova inclinação a que o terreno é submetido", explica.

Se chover, o solo ganha peso com a água e pode escorregar. Para evitar essa saturação, é fundamental um sistema de drenagem eficiente. No entanto, nem sempre o autor do projeto cuida de todos os detalhes. Por isso, afirma a professora, é importante monitorar a obra depois de concluída e observar se o terreno apresenta indícios de instabilidade. "Às vezes, o solo começa a trincar, a movimentar-se. Deve-se agir antes de a situação tomar uma gravidade maior", explica Maria Giovana Parizzi. Em casos de emergência, novas obras de drenagem e contenção servem para "segurar" o material. "Afinal, pode ser necessário reavaliar todo o projeto da rodovia e fazer um novo", aponta.

Nenhum comentário: