terça-feira, 27 de março de 2012

Magnesita planeja mina em Almenara Empresa descobre jazida de grafita na cidade e governo prevê investimentos de cerca de R$ 100 mi no Vale do Jequitinhonha





 MARCO MARCAO CAVALCANTE





Magnesita planeja mina em Almenara Empresa descobre jazida de grafita na cidade e governo prevê investimentos de cerca de R$ 100 mi no Vale do Jequitinhonha

Marta Vieira - Estado de Minas
Publicação: 27/03/2012 06:00 Atualização: 27/03/2012 06:41

Os técnicos da Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Minas Gerais estão trabalhando na primeira etapa do processo de licenciamento de uma reserva significativa de grafita, mineral raro e valorizado no mundo, descoberta em Almenara, no Vale do Jequitinhonha, pela Magnesita, fabricante mineira líder na produção de refratários na América do Sul, com unidades em oito países. A exploração e o beneficiamento do material deverão consumir investimentos da ordem de R$ 100 milhões e gerar cerca de 300 empregos diretos, na expectativa do governo do estado. Insumo essencial na fabricação de tijolos e refratários para aço, a grafita já tem sido considerada um elemento estratégico da natureza, principalmente aos olhos dos chineses, maiores produtores no planeta, em razão de aplicações mais nobres como componente nas baterias de carros elétricos, nas indústrias de celulares, Ipads e computadores.

Para uma cidade que vive dos repasses do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) e da renda gerada na pecuária, o empreendimento é encarado como nova promessa de desenvolvimento de todo o Vale do Jequitinhonha e a região do Mucuri. A prefeita de Almenara, Fabiane Ferraz, saiu satisfeita de uma audiência pública realizada na semana passada com representantes da Magnesita, e diz estar pronta para ajudar na qualificação da mão de obra local. “É um projeto enorme que abre a perspectiva de crescimento e a empresa se comprometeu a dar prioridade aos nossos trabalhadores”, afirma.

Em recente comunicado de resultados ao mercado financeiro, a companhia informou ter concluído a compra de terrenos para a etapa inicial do projeto. Estudos de prospecção do mineral conduzidos pela Magnesita indicam, ainda de acordo com a empresa, que as atuais reservas estimadas em 57 milhões de toneladas, podem ser bem maiores. A Secretaria de Estado de Meio Ambiente informou, nessa segunda-feira, que o relatório da primeira vistoria dos técnicos na área deverá ficar pronto sexta-feira. A etapa seguinte envolve o pedido de informações complementares ao Relatório de Impacto Ambiental (EIA/Rima) já entregue pela companhia, para que o processo vá a julgamento, provavelmente em maio ou junho.

A exploração deverá começar em 2014, gerando mais de 1 mil empregos na cadeia de fornecedores de insumos e prestadores de serviços, na avaliação do secretário de Desenvolvimento dos Vales do Jequitinhonha, Mucuri e Norte de Minas, Gil Pereira. “O projeto tem envergadura para promover o desenvolvimento da região, não só de Almenara”, afirma. Com 38,3 mil habitantes, a cidade apurou receita de R$ 40 milhões no ano passado. Segundo o Departamento Nacional da Produção Mineral (DNPM), as reservas mundiais de grafita são pouco conhecidas, totalizando 131,4 milhões de toneladas, das quais 45,3% estão no Brasil. As jazidas economicamente viáveis são encontradas, em especial, nos estados de Minas, Ceará e Bahia.

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