ORGULHO DE SER MINEIRO BH
MARCO MARCAO CAVALCANTE
A Minas profunda
Affonso Romano de Sant'AnnaPublicação: 21/09/2011 14:27 Atualização: 21/09/2011 16:19
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Ouro Preto e Belo Horizonte: duas capitais. Dois tempos. O passado e o presente no mesmo espaço. Minas de ontem e de hoje. Do ouro e do leite. O sólido e o líquido compondo a natureza mercurial do mineiro, capaz de se moldar às situações sem perder suas características essenciais. Enfim, a riqueza emanando do ventre da terra e do úbere das vacas.
Essa região central de Minas tem para os mineiros o mesmo significado que a Toscana para os italianos – diz o memorialista Pedro Nava. Aqui está a “Minas profunda”. De fato, aqui a primeira capital da província aurífera – Ouro Preto grimpando tortuosamente pelos morros e a moderna capital republicana – Belo Horizonte, planejada, mirando o horizonte. Aqui confluem as elipses barrocas dos séculos XVII e XVIII e as curvas neobarrocas da Pampulha e da Cidade Administrativa.
Exemplo da primeira riqueza: entre 1700 e 1770 (portanto, em apenas 70 anos) a produção de ouro do Brasil foi praticamente igual à produção do ouro da América durante mais de três séculos (1493-1850).
Exemplo da segunda riqueza: Belo Horizonte, surge onde era o Curral del Rey. É a passagem do rural ao urbano. Passada a febre do ouro, voltam as fazendas. Como diz Oliveira Viana, revem a Minas clássica do queijo, da manteiga e do leite, a Minas virgiliana dos grandes rebanhos, a Minas das igrejas e procissões, a Minas fidelíssima, social e familiar, a Minas doméstica e íntima, a Minas da hospitalidade tradicional – a Minas do lume e do pão.
Mas além da Minas primeira e da Minas segunda, essa região central dá notícia de uma terceira riqueza: a Minas industrial do século XX e a quarta Minas – a dos serviços, à altura do século XXI.
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