sábado, 2 de junho de 2012

Galpão abandonado espalha medo no Santa Efigênia


Galpão abandonado espalha medo no Santa Efigênia

Publicação: 02/06/2012 06:00 Atualização: 02/06/2012 07:03

Moradores denunciam que imóvel em ruínas foi invadido por usuários de drogas (Jackson Romanelli/EM/D.A Press)
Moradores denunciam que imóvel em ruínas foi invadido por usuários de drogas
Moradores de rua e viciados em crack invadiram um galpão abandonado na Rua Major Barbosa, 151, no Bairro Santa Efigênia, na Região Leste de Belo Horizonte, e acabaram com o sossego da vizinhança. A Prefeitura de Belo Horizonte não consegue resolver o problema porque o dono do imóvel morreu há 11 anos e galpão foi incluído em uma disputa judicial. Assim, a administração municipal não sabe quem deve ser notificado para limpar o imóvel, retirar o lixo acumulado e murar o terreno, para impedir a entrada de invasores.

Em 23 de abril, ainda sem saber que o dono do galpão estava morto, a PBH o notificou duas vezes e o multou em R$ 587,21. “O terreno era do meu pai e de dois irmãos deles. Todos já morreram. Há uma questão judicial e nem sei para onde essa multa foi encaminhada”, disse Marilene Martini, filha do dono, cujo nome consta dos registros da prefeitura: Nelson Martini Duarte.
Marilene informou que o galpão estava alugado para uma drogaria, e que há uma ação na Justiça por causa de danos que o antigo locatório teria causado ao deixar o imóvel. “O galpão ficou desocupado e roubaram tudo, portão, portas e janelas. Levaram até o telhado”, disse. “Estamos tentando resolver essa questão”, completou.

O local virou bota-fora clandestino e está infestado de insetos e roedores, e a situação apavora quem mora na Rua Major Barbosa. No antigo galpão há um cômodo sem portas e janelas, que, segundo os vizinhos, é usado pelos viciados para dormir e usar drogas. A cuidadora de idosos Antonieta Valadares Costa, de 49, trabalha em frente e tem medo de ficar sozinha no ponto de ônibus, principalmente aos domingos, quando a rua fica deserta e os moradores de rua “aprontam todas”, segundo ela. “Eles usam drogas e não sei o que eles são capazes de fazer”, disse Antonieta. 

Outra vizinha, que teve medo de se identificar, contou que os invasores já perseguiram uma mulher para assaltá-la. “No galpão funciona uma cracolândia. Não saio de casa a pé depois das 22h. Chamo um táxi e peço ao motorista para estacionar bem perto do portão do prédio. Tenho medo de ser agredida”, disse a dona de casa.

Lixão
Papelões espalhados pelo chão servem de cama para os moradores de rua, em meio a goteiras e ruínas. Fogões improvisados com tijolos são vistos por toda parte. O mau cheio incomoda quem mora ao lado e quem passa pela rua. Para complicar a situação, Para complicar a situação, a frente do imóvel virou um lixão, onde restos de construção, móveis velhos, lixo e animais mortos são jogados.

A Administração Regional Leste informou que a Superintendência de Limpeza Urbana (SLU) vai retirar o lixo do terreno, mas que a conta do serviço será encaminhada aos responsáveis pelo galpão, embora não saiba para quem deverá enviar a cobrança. Quanto aos moradores de rua, informou que eles estão sendo acompanhados pelo Serviço Especializado em Abordagem Social.

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