O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, falou nesta quarta, 20, durante o 26º Congresso Brasileiro de Radiodifusão, sobre "regulação e liberdade de expressão",
dando pistas importantes de como se dará o debate em torno de um novo
marco regulatório para as comunicações eletrônicas daqui por diante. Ele
lembrou que há um descompasso entre as regras existentes e a realidade
da comunicação digital e que as transformações do setor têm ocorrido de
forma muito mais rápida do que a capacidade de se debater e aprimorar os
instrumentos regulatórios. Para que esse debate ande, conclamou a
própria Abert a se mobilizar em torno da construção de um "ambiente
jurídico moderno e estável para a radiodifusão".
Para Bernardo, há um novo mercado que não pode ser chamado de
radiodifusão, nem de telecomunicações, mas de comunicações eletrônicas.
Essa nova realidade, explica, coloca as tradicionais empresas
jornalísticas, bem como as emissoras de rádio e televisão, em competição
cada vez mais direta com conglomerados de porte global. "Nossa
legislação está muito aquém deste fenômeno relativamente novo", disse,
lembrando que o regulamento de rádio e televisão completa 50 anos em
poucos meses.
Sem deixar de lembrar que os artigos da Constituição no capítulo da
comunicação que tratam da produção regional e independente ainda não
foram regulamentados, o ministro citou alguns exemplos do que deve ser
debatido na construção do novo marco legal. "Há grande assimetria entre o
tratamento dado entre os serviços de radiodifusão e telecomunicações,
outorgados e regulados sob regimes distintos, apesar de disputarem
mercados semelhantes e estarem cada vez mais parecidos para o grande
público", disse.
Outro ponto levantado por Bernardo é a regra que obriga que empresas
jornalísticas sejam controladas por capital brasileiro. Segundo ele,
falta resposta se a regra deve valer também para a Internet. Também
questionou se as empresas que vendem conteúdos online e em TVs
conectadas devem ser submetidas a regras semelhantes às da TV paga ou da
radiodifusão.
As questões estratégicas, disse o ministro das Comunicações, são o que
deve ser feito para que o audiovisual brasileiro continue a ser
produzido e veiculado em um mercado onde a infraestrutura está na mão de
grandes empresas multinacionais, bem como a maneira de garantir a livre
circulação de conteúdos e a liberdade de informação em um mercado que
tende à concentração.
Debate com o setor
"Para termos diálogo sério e produtivo, devemos deixar de lado alguns
mitos que não encontram qualquer fundamento na realidade", disse Paulo
Bernardo. "Não podemos ser guiados por motivos políticos e partidários,
nem ficar subordinados à conjuntura política do momento. Afinal, estamos
falando de questões estruturais, que já foram objeto de debates
técnicos e tiveram minutas de projetos de leis gerais nos governos dos
dois presidentes que antecederam a presidenta Dilma Rousseff",
completou.
Bernardo disse ainda que não se deve confundir o debate da
regulamentação setorial com o debate sobre jornalismo, ou o
comportamento dos meios de comunicações, nem com as críticas que
diferentes setores da sociedade fazem sobre o conteúdo dos meios de
comunicação. "Uma lei geral deve estar voltada a regulamentar os artigos
constitucionais relativos à comunicação eletrônica, a modernizar as
regras provadamente defasadas e a possibilitar o tratamento à
convergência tecnológica. Não deve tratar de jornalismo. Não deve se
aplicar a jornais e a revistas", disse, arrancando manifestações de
apoio da plateia.
"Recentemente temos lido e ouvido o falso alerta de que qualquer debate
em torno de um marco regulatório para as comunicações representaria uma
séria ameaça à liberdade de imprensa e mascararia a intenção de se
'controlar a mídia'. Tais afirmações carecem de fundamentos nas práticas
cotidianas e nos princípios mais caros do governo Dilma Rousseff, que
nunca interferiu nas atividades da imprensa e sempre defendeu a
liberdade de expressão", disse. "Abominamos a censura. Sabemos que pleno
exercício das liberdades individuais vai muito além da não
interferência do Estado nas atividades jornalísticas", completou.
Fonte: Tela Viva News
Reportagem: Fernando Lauterjung
Marco Cavalcante. Pai , Filho, Administrador de Empresas por Formação e Professor, Cristão, acredita e confia em Deus e nos homens de boa fé. Ama BH, MINAS E BRASIL de forma impar. Atuante nas áreas sociais,tem sua luta diaria em prol da saúde, educação,cultura, transporte,trânsito e segurança pública de qualidade para todos. Acreditamos na transparência pública e na participação popular para a Mudança, de Minas Gerais e do Brasil na busca cotidiana de um mundo melhor! Fazer o bem, faz bem!
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