quarta-feira, 7 de março de 2012

BC reduziu Selic em 0,75 ponto percentual nesta quarta-feira (7). Decisão divide opinião de especialistas e entidades civis.Importante diminuir a taxa de Juros, poderiam ate diminuir mais. Marco Marcao Cavalcante


07/03/2012 21h40 - Atualizado em 07/03/2012 21h51

Veja a repercussão da decisão do Copom de baixar os juros para 9,75%

BC reduziu Selic em 0,75 ponto percentual nesta quarta-feira (7).
Decisão divide opinião de especialistas e entidades civis.

Do G1, em São Paulo
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A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central desta quarta-feira (7) de baixar os juros básicos da economia brasileira para 9,75% divide a opinião de especialistas e entidades civis.
A redução de 0,75 ponto percentual é a maior desde junho de 2009. Com a decisão, a autoridade monetária acelerou o processo de redução da taxa Selic, iniciado em agosto do ano passado. Desde aquele mês, os juros haviam recuado em quatro reuniões consecutivas, na intensidade de 0,5 ponto percentual por encontro. A redução desta semana foi a quinta seguida, baixando os juros ao menor patamar desde meados de 2010.
Veja o que analistas de mercado e entidades civis acharam da decisão do Copom:
Fernando de Holanda Barbosa Filho, economista e pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV)
“O resultado do PIB está diretamente relacionado a essa queda maior dos juros. Todo mundo esperava uma redução, a queda de 0,5 ponto percentual já estava relativamente garantida, inclusive após declaração do Tombini (Alexandre Tombini, presidente do BC) de que havia espaço para derrubar o juro. O crescimento da economia de apenas 2,7% não é nenhuma tragédia, mas todo este cenário pressionou o Banco Central. Se o PIB está crescendo abaixo do seu potencial, existe espaço para reduzir a taxa de juros sem haver pressão inflacionária forte. Isso levou o Banco Central a agir de forma mais agressiva.”
Gilberto Braga, professor de Finanças do Ibmec-RJ
“A impressão que deu é que o governo deu uma pisada no acelerador e aumentou a velocidade. Esta redução de 0,75 ponto percentual não chega a ser uma surpresa, mas é um marco no sentido de mostrar que é um passo grande para um governo que vinha promovendo reduções em doses homeopáticas. Aumentamos a dosagem do remédio. Isso tem um alinhamento com o noticiário político, esta visita da Dilma à Alemanha, é uma resposta a todo este cenário e está um pouco em linha com o que alguns ex-presidentes do Banco Central e ministros da Economia têm falado sobre o fato de que quando há dinheiro barato lá fora e taxas de juros altas aqui dentro, é preciso diminuir os juros reais internos para não ser tão atraente para o dinheiro especulativo. É isso que o Banco Central está tentando fazer. O medo que se tem, no entanto, é se a gente vai conseguir manter um ponto de equilíbrio do ponto de vista macroeconômico. Quando aumenta a dose mirando em um ponto, pode acertar em outro, ou seja, pode acertar na inflação. Dinheiro barato acelera o consumo interno e traz uma perspectiva de pressão de preços, sobretudo para o futuro. É um equilíbrio muito tênue. No ano passado, o governo mostrou que manobrou mal. Começou acelerado, pisou no freio no meio do ano e soltou no final. O ideal é que 2012 seja menos abrupto, com uma velocidade mais estável de navegação.”
Cristiano Costa, economista especialista do Instituto Millenium e professor da Fucape
"O relatório Focus do dia 2 mostra certa estabilidade da inflação em 2012, aos poucos, está convergindo para o centro da meta. O que chama a atenção, no entanto, é com relação à expectativa da inflação de 2013. Esta redução da taxa de juros vai aquecer a economia. E esta redução pode demorar mais de seis meses para fazer efeito, pode começar a aparecer por volta de outubro, eventualmente até novembro. Não dá para prever os desdobramentos da crise da Europa, mas em o cenário externo se mantendo dentro da normalidade, começa a preocupar a inflação de 2013. A velocidade que o BC está aumentando a oferta de crédito pode ser muito grande. Pode estar se desenhando um cenário que vai tornar a vida um pouco mais custosa para quem não consegue se proteger da inflação.
E é importante lembrar que diversos fatores afetam a competitividade da nossa indústria, que não só o câmbio. Meu receio é que o Banco Central esteja um pouco contaminado pelo ambiente político. É importante manter um Banco Central muito independente e preocupado somente com a meta da inflação. O temor do mercado é que em algum momento a autoridade monetária perca esta credibilidade.”



Importante diminuir a taxa de Juros, poderiam ate diminuir mais.


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