sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Febre das academias e chegada de grandes redes encarecem mensalidades em BH Unidades com requinte, novidades e mensalidades mais altas na capital

Febre das academias e chegada de grandes redes encarecem mensalidades em BH Unidades com requinte, novidades e mensalidades mais altas na capital

Carolina Mansur
Publicação: 11/10/2013 06:00Atualização: 11/10/2013 07:19
 (Juarez Rodrigues/EM/D.A Press)

Com cada vez pessoas mais interessadas em levar uma vida saudável, o mercado de academias ganha força no país. Em Belo Horizonte, as gigantes do ramo chegaram com força e alavancaram os preços médios do serviço. Só este ano, a capital mineira já recebeu unidades de duas grandes redes, a Bodytech e a Runner, e conta ainda com uma unidade da Companhia Athletica e redes locais como Alta Energia, que vem aumentando o número de unidades. Até 2015, segundo o sócio da Bodytech e Fórmula, Alexandre Accioly, mais uma Bodytech deve ser inaugurada. Além dela, mais três ou quatro unidades da Fórmula. Uma delas, inclusive, onde funciona hoje a By Japão, no Vila da Serra. Já a Alta Energia tem como meta passar das atuais 14 unidades para 60 unidades em quatro anos.

Com o mercado borbulhando, os preços também seguem crescendo. De acordo com pesquisa do site Mercado Mineiro, que consultou 27 academias da capital, as mensalidades para aeróbico e musculação podem variam de R$ 55 a R$ 495 na cidade. O preço médio de todas modalidades (aeróbico, spinnig e musculação), verificados de janeiro a outubro deste ano, apresentou alta. O maior aumento foi percebido no valor da avaliação física, que passou, em média, de R$ 66,18 para R$ 76,90, alta de 16,20%, superando em mais de três vezes a inflação oficial medida pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPCA), divulgada pelo IBGE, que é de 3,79% de janeiro a setembro . Já a musculação para cinco ou sete vezes por semana ficou 13,08% mais cara, com o preço médio passando de R$ 173,10 em janeiro para R$ 195,74 em outubro (veja quadro).

Para o diretor-executivo do Mercado Mineiro, Feliciano Abreu, fatores como localização e infraestrutura ajudam a justificar os preços. “As academias da zona sul, por exemplo, são mais caras e os preços variam em função dos equipamentos que cada uma delas tem e dos serviços que oferecem”, explica. Abreu lembrou ainda que a entrada de duas grandes redes no mercado ajudou a puxar para cima os preços médios verificados pela pesquisa. “Os serviços têm o preço cada vez maior, mas a qualidade também tem melhorado. Inclusive, com equipamentos mais modernos e profissionais melhor qualificados”, completa.

A analista Juliana Lima acaba de voltar para a academia, impulsionada pela busca por mais qualidade de vida e saúde. “Comecei a me sentir ofegante quando subia um morro ou corria e vi que estava na hora de voltar, depois de ficar um ano parada”, diz. Dona de um perfil bastante procurado pelas academias, já que busca mais que exercícios repetitivos, ela optou pela prática de atividades aeróbicas e funcionais, que a tiram da rotina. “Não gosto de musculação e, por isso, pratico
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treinamento suspenso, spinning, xtreme fit, que trabalha a frequência cardíaca, e outros exercícios novos”, lembra. “Sempre vou atrás de academias que ofereçam aulas coletivas e coisas diferentes. Academias que têm apenas um salão de musculação não me interessam mais”, afirma.

Weymar Teixeira, gerente de expansão da Alta Energia, garante que a demanda consegue explicar o crescimento no número de academias. “Nós teremos mais quatro unidades até o primeiro semestre de 2014, além de mais uma unidade no interior. Dessa vez, em Ipatinga”, comenta. Ainda de acordo com ele, como o fitness em alta há mercado para todas as unidades que chegam a Belo Horizonte “A concorrência das grandes não atrapalha. Somos uma rede consolidada, com 18 mil alunos, e percebemos a chegada de novos alunos, o que nos permite crescer o nosso negócio”, reforça.

Mercado


De acordo com dados da Associação Brasileira de Academias (ACAD Brasil), o Brasil já é considerado o maior mercado da América Latina em número de academias e o segundo maior mercado no mundo, atrás dos Estados Unidos. De 2000 para 2012, o número de academias saltou de 4 mil para mais de 22 mil, avanço de 450% . Ainda de acordo com a associação, o país reúne mais de 6 milhões de praticantes de exercícios, que movimentam cerca de US$ 2,3 bilhões anualmente.

Aposta no luxo e nos serviços exclusivos

Para as recém-chegadas Runner e Bodytech, que possuem milhares de alunos em todo o país, a meta é fidelizar novos clientes. Para isso, fazem investimentos milionários e apostam em uma série de atividades, que vão além da musculação e dos exercícios aeróbicos. Mais que academias, os espaços se tornaram um lugar de convivência, com shoppings de roupas esportivas, salões, spas, espaço de recreação para crianças e restaurantes. Para abrir uma unidade no Belvedere e outra na Savassi, a Bodytech investiu R$ 28 milhões e tem como principal aliado o fato de as pessoas não procurarem apenas o exercício, mas uma experiência de compra.

“O fato de oferecermos um produto de altíssimo padrão é um grande estímulo para a pessoa que não têm hábito de praticar atividade física”, diz. Na nova unidade da Runner, que fica na Savassi e ocupa um espaço de 3.600 metros quadrados, há, inclusive um octógono para a prática de MMA. Há também um paredão verde de 15 metros para que os alunos se sintam mais próximos da natureza durante as aulas e ambientes lounge. Para Flávio Matos, sócio-proprietário da franquia mineira ao lado de Gustavo Rennó, a academia busca trabalhar todos os públicos, de crianças à melhor idade, além de integrar a família. Para isso, oferece cerca de 30 atividades diferentes. “A academia, hoje, tem que ter algo mais e cumprir as exigências do seu público, que precisa de mais atrativos para fazer esporte”, afirma.

A chegada de grandes redes ao mercado mineiro, no entanto, não assusta os pequenos empresários, que acreditam em um atendimento diferenciado, mais próximo do aluno, como diferencial competitivo. Rodrigo Lopes, que tem uma academia com 500 metros quadrados no coração da Savassi, em cinco anos conseguiu reuniur 300 alunos e pretende continuar crescendo. “A concorrência é grande, mas acho que há espaço para todos Ao meu ver, as grandes brigam diretamente com as grandes, têm um público específico que se difere no poder aquisitivo”, diz. (CM)

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